Estado Islâmico. O cerco começa a ficar mais apertado para o terrorismo

Estado Islâmico. O cerco começa a ficar mais apertado para o terrorismo


É o maior objectivo internacional do momento e que une cristãos e muçulmanos: erradicar o terrorismo. E são cada vez mais os países que se unem para conseguir alcançá-lo.


10 de Setembro de 2014. Foi nesta data que os Estados Unidos anunciavam a criação de uma coligação contra o grupo terrorista Estado Islâmico. Pouco depois começavam os ataques em território sírio. Começou assim uma luta que continua até aos dias de hoje e cada vez com mais intensidade. “Esta campanha antiterrorismo será travada através de um esforço incansável e constante para eliminar o Estado Islâmico onde quer que ele exista, usando o nosso poder aéreo e o apoio das forças aliadas. Esta estratégia para erradicar terroristas que nos ameaçam é a mesma que temos aplicado com sucesso no Iémen e na Somália há anos”, avisou o presidente americano, Barack Obama num discurso oficial.

Durante esse discurso, Obama anunciou um plano com os quatro pontos principais: dar apoio militar ao novo governo iraquiano para o combate ao Estado Islâmico, aumentar o apoio aos rebeldes de oposição ao governo da Síria, angariar apoio e recursos da comunidade internacional e oferecer ajuda humanitária aos muçulmanos sunitas e xiitas das regiões controladas pelo Estado Islâmico.

Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a coligação internacional contava com mais de 40 Estados, a sua maioria potências ocidentais e aliados do Médio Oriente. Desse número apenas 25 foram designados. Os restantes colaboravam de outra forma, dando informações, apoio militar e luta contra o recrutamento e as redes financeiras do Estado Islâmico.

E a luta podia até estar a surtir efeito. Mas os avanços do Estado Islâmico no último ano foram consideráveis. Devido aos vários ataques reivindicados pelo grupo este ano, viu-se, a nível internacional, a necessidade de uma luta ainda mais intensiva contra o grupo.

Início dos ataques

A França começou a atacar o Estado Islâmico em território sírio a 27 de Setembro deste ano e prometeu continuar a atacar “sempre que a segurança nacional [francesa] estiver ameaçada”. Até essa altura, a França só atacava o grupo terrorista no Iraque.

A 30 de Setembro deste ano, foi a vez de a Rússia iniciar ataques aéreos na Síria. A ofensiva causou várias críticas a nível internacional, vindo o Ocidente defender que o objectivo russo não era apenas atacar o Estado Islâmico mas também apoiar o regime de Assad. Até ao momento, a ofensiva russa já conta, segundo dados actualizados ontem, com 4201 missões de combate. Apesar do enorme número de ataques, as críticas continuam. Ainda ontem, o secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, acusava a Rússia de ajudar o governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad. “É inaceitável que a acção russa esteja a enfraquecer a oposição. Consequentemente está a dar vantagem e força ao Estado Islâmico, contra os quais dizem estar a lutar”.

A 13 de Novembro deste ano, o Estado Islâmico voltou a atacar. Desta vez, na Europa. Paris foi o alvo e, dos seis atentados realizados, resultaram 130 mortes. Foi a gota de água para os líderes internacionais. A partir dessa data, o presidente francês, François Hollande, prometeu não descansar enquanto não conseguisse erradicar o grupo. E, nesse sentido, começou a pedir ajuda internacional para intensificar os ataques contra o Estado Islâmico. Mas da resposta de outros líderes internacionais, a França começou a intensificar fortemente os seus ataques em território sírio, enviando até o porta-aviões Charles de Gaulle, que levou a borbo 26 aviões de combate. 

Poucos dias depois do pedido do presidente francês, Obama garantiu que, tal como o homólogo francês, quer “destruir o Estado Islâmico”, juntando-se assim a esta luta. “Como americanos, ficamos ao lado dos nossos amigos nos bons e nos maus momentos”, garantiu Obama. Para ajudar, o presidente americano enviou para a Síria 50 agentes das forças especiais norte-americanas que se juntaram aos rebeldes moderados no combate ao Estado Islâmico.

Seguiu-se a Rússia. Apesar de as opiniões divergirem em relação ao presidente sírio, Bashar Al-Assad, Rússia e França têm em comum o objectivo de erradicar o Estado Islâmico. E também o presidente russo, Vladimir Putin, acedeu ao pedido francês, citando a necessidade de “unir esforços contra um mal comum”. Os ataques russos continuaram, depois de já terem sido intensificados devido à queda do avião russo no Egipto, reivindicada pelo Estado Islâmico, mas intensificaram com o pedido de Hollande.
E o número de ajudas continuou a aumentar quando o parlamento do Reino Unido aprovou o início da ofensiva britânica na Síria. Poucas horas depois já o Reino Unido fazia ataques em território sírio com quatro bombardeiros ‘Tornados’ da Força Aérea Real a realizarem os ataques. 

No debate desse dia, David Cameron alertou que o grupo terrorista é uma ameaça para a “segurança nacional”.
Por último chega a ajuda alemã. Apesar de não realizar bombardeamentos na Síria – missão que já é desempenhada por EUA, Rússia, França e Reino Unido – a missão alemã incluiu o envio de seis jactos de reconhecimento Tornado, uma fragata para ajudar a proteger o porta-aviões Charles de Gaulle, aeronaves e 1200 militares.

Os ataques internacionais têm morto vários membros do grupo terrorista mas o presidente norte-americano defende que é necessário intensificar a ofensiva.
 
Coligação islâmica

O objectivo de acabar com o terrorismo é uma preocupação cada vez maior. Ainda esta semana foi anunciada a criação de uma coligação islâmica que conta com 34 países de África, Ásia e da Península Arábica. O objectivo desta coligação é combater todo o tipo de terrorismo, não apenas o Estado Islâmico.

A coligação terá o dever “de proteger as nações islâmicas dos males dos grupos e organizações terroristas”.
O cerco começa a apertar e os terroristas podem não levar a melhor.