“Todas as medidas devem ter como alvo o centro urbano”

“Todas as medidas devem ter como alvo o centro urbano”


Francisco Ferreira, investigador.


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O que se deve fazer para contrariar estes níveis de poluição?

Todas as medidas devem ter como alvo o centro urbano. Está tudo relacionado com o tráfego. Há uma estratégia desenvolvida pela Agência Portuguesa do Ambiente, que ainda não foi aprovada mas está pronta. Além deste documento, são necessárias medidas para diminuir o peso do tráfego: menos carros, mais fiscalização dos veículos, promoção dos transportes menos poluentes e dos públicos, por exemplo. Tudo o que esteja nesta linha.

Como está Portugal em comparação com a Europa neste campo?

Estamos relativamente mal. Numa situação complicada quanto ao ozono. Depende tudo muito da temperatura. Em 2014 e 2015 praticamente não tivemos problemas, mas tudo está relacionado com as condições meteorológicas. Com o aumento da temperatura poderemos vir a ter problemas agravados. Quanto às partículas grosseiras e ao dióxido de azoto podemos dizer que não somos os melhores e temos problemas que exigem um reforço. Especialmente pelo impacto na saúde e nos ecossistemas.

Que países se podem então comparar com os nossos valores?

Essencialmente Espanha. Itália está, mesmo assim, pior nalgumas zonas.
A Grécia também. Tem a ver com o nível de desenvolvimento, com os centros urbanos e a meteorologia. Nestes assuntos somos os mais parecidos.