Os refugiados que recusem ser recolocados num país ficam excluídos do sistema europeu de acolhimento, mas podem apresentar um pedido de asilo no país onde se encontram. O anúncio foi ontem feito pela Comissão Europeia, acrescentando que a recolocação de 160 mil pessoas, acordada pelos países da UE, impede os refugiados de escolher qual o país que será o seu destino final.
Natasha Bertaud, porta-voz do executivo comunitário, precisou que, deste modo, a recusa de uma oferta faz automaticamente com que se saia do processo. A hipótese passa depois por apresentar um pedido de asilo na Grécia ou em Itália, os países denominados “hotspots”, ou seja, aqueles que são pontos de recepção, registo e gestão de refugiados e que integram oficiais de ligação de cada estado–membro da União Europeia.
A porta-voz foi peremptória na afirmação de que na recolocação “não se obriga ninguém a ir para onde não quer”, acrescentando que se trata de “uma oferta” e não de uma obrigação. Segundo Natasha Bertaud, um dos “desafios do mecanismo é explicar as oportunidades aos requerentes de asilo”, aproveitando para recordar que os migrantes em situação irregular não terão benefícios sociais e serão repatriados.
Os mais recentes números divulgados pela União Europeia indicam que apenas 159 refugiados foram recolocados até ao momento.
Mais de 110 mil chegam à Grécia Mais de 110 mil migrantes chegaram à Grécia através do Mediterrâneo desde o início de Novembro, informou ontem a Organização Mundial das Migrações.
O fim-de-semana passado registou uma diminuição das chegadas, com 155 pessoas no domingo e 336 na segunda-feira, o que levou as autoridades a prever uma tendência para um decréscimo geral devido às más condições do mar. Dias depois voltaram a chegar diariamente às costas gregas milhares de pessoas, com os dias de terça e quarta-feira a registarem a chegada de 3526 e 5140 pessoas, respectivamente.
Ontem, seis crianças morreram afogadas em dois naufrágios na costa da Turquia. Os barcos em que seguiam transportavam mais de 70 refugiados que tentavam chegar à Grécia.
Dos cerca de 110 mil que chegaram ao país desde 1 de Novembro, 105 mil terão atravessado a fronteira com a Macedónia. Com Lusa
