A lista D, encabeçada por António Godinho, João Proença e Bagão Félix, vai dar entrada amanhã a uma providência cautelar para suspender o acto eleitoral da Associação Mutualista do Montepio, marcada para o próximo dia 2. As testemunhas do processo são entre outras, os representantes na comissão das listas C e E, respectivamente Carlos Areal e Carlos Marques.
Na base desta providência, está a falta de “legalidade do sistema eleitoral de modo a que a mesmo decorra de forma justa e transparente, assegurando a todos os candidatos igualdade de oportunidades e de tratamento” de acordo com um documento a que o i teve acesso.
A lista C, liderada por Eugénio Rosa, afirmou ontem, na reunião da Comissão Eleitoral, “estar em condições de apresentar testemunhas que podem atestar o facto de estar a ser exigido à rede comercial da Caixa Económica que faça campanha pela lista de Tomás Correia e que apresentará essas testemunhas se lhes for garantida imunidade contra represálias.
A candidatura do economista acrescentou também que “as testemunhas que se apresentaram no último acto eleitoral atestando comportamentos que configuram abuso de poder e ingerência no acto eleitoral, foram sujeitos a processo disciplinar e consequente corte de parte do vencimento. Corte este que se mantém até á data”.
A Comissão Eleitoral, recorde-se, é presidida pelo padre Vítor Melícias, que simultaneamente é candidato da lista A de Tomás Correia, sendo constituída também por outros dois elementos da mesma candidatura, António Sameiro e António Sequeira.
As restantes listas reclamam que, contando com o representante da lista A, o candidato, Amândio Coelho, a comissão tem quatro elementos afectos a Tomás Correia a dirigir todo o processo eleitoral. E apenas a Lista A tem acesso à base de dados integral dos mais de 400 mil associados.
Tomás Correia enviou os votos para os mutualistas à revelia da Comissão Eleitoral, através de uma empresa externa que não se identifica, e que a própria PwC, auditora escolhida pelo ex-presidente Montepio, diz não conhecer.
A PwC apresentou hoje um relatório na comissão eleitoral, onde cinco dos seus membros explicaram que eram lícitas as dúvidas sobre o seu papel, acrescentando que apenas são responsáveis por garantir a segurança do transporte dos votos recolhidos desde o apartado da associação mutualista até à sala de contagem, e informando que não estão a auditar o processo eleitoral, nem os cadernos eleitorais, nem as três máquinas de contagem de votos, nem mesmo o software, que pertence a uma outra empresa externa escolhida pela associação mutualista.