Escritórios. Lisboa regista aumento de 155% na ocupação

Escritórios. Lisboa regista aumento de 155% na ocupação


Espera-se que a absorção anual de espaços de escritórios ultrapasse a área do ano passado


O mercado de escritórios em Lisboa ficou marcado, no terceiro trimestre deste ano, por uma forte recuperação na ocupação e uma ligeira redução na disponibilidade de espaços. De acordo com dados da consultora imobiliária CBRE, a absorção bruta de escritórios evidenciou um aumento de 155% face ao trimestre anterior e de 81% relativamente ao período homólogo.

Cristina Arouca, directora de Research e Consultoria da CBRE, explica ao i que “a absorção do terceiro trimestre está, em particular, relacionada com a ocupação de dois edifícios recentemente concluídos – a nova sede da EDP e o Edifício Castilho pelo Banco de Portugal –, com a ocupação de áreas de grande dimensão por parte de três empresas de outsourcing e com a mudança de edifício da Worten”.

Na capital, por evidenciar um expressivo crescimento, está em destaque o centro histórico. Comparativamente ao acumulado dos três primeiros trimestres de 2014, esta área “teve um aumento recorde de 944% na absorção”, também justificado pela ocupação da nova sede da EDP neste trimestre. 

Para o fecho de 2015 perspectiva-se que a ocupação de escritórios “continue dinâmica”, sendo de esperar que “a absorção anual de espaços ultrapasse a área de 2014, que correspondeu a um total de 126 529 m2”. Já para o próximo ano espera-se que a oferta se mantenha reduzida no curto prazo, “estando em fase de construção apenas quatro edifícios, três com conclusão prevista para 2016 e um para 2017”, revela Cristina Arouca. No entanto, espera-se que seja iniciada ao longo do ano a remodelação de alguns edifícios. Quanto à procura, “deverá manter-se activa”, embora esteja “muito dependente da evolução da economia e condicionada pela disponibilização de espaços novos ou remodelados”, considera a responsável. 

Rendas prime No terceiro trimestre, o mercado imobiliário comercial manteve a tendência de descida das yield prime (taxa de rentabilidade para os melhores activos do mercado) em todos os sectores, lê-se no relatório Rendas & Yields da CBRE.

No mesmo período, as rendas prime mantiveram-se estáveis, com duas excepções: o comércio de rua de Lisboa e os escritórios no Parque das Nações. A subida das rendas no comércio de rua está “intrinsecamente relacionada com o turismo”, uma vez que “o maior número de visitantes torna este comércio mais atractivo”. Em destaque está a Avenida da Liberdade onde, neste trimestre, o valor se fixou nos 100 euros por m2. “Justifica-se pelo tipo de retalho que aqui se encontra, de Business&Luxury, e pela contínua procura por parte de marcas internacionais que aqui pretendem instalar-se”, explica Cristina Arouca, acrescentando que, “face à reduzida disponibilidade de espaços, estão dispostas a pagar valores superiores à média”. 

No caso dos escritórios no Parque das Nações, a subida das rendas prime explica-se também pela reduzida taxa de disponibilidade – a mais baixa da cidade (5,55%): “É uma zona relativamente recente, com boas acessibilidades e com uma oferta que responde às necessidades de empresas que procuram aglomerar em maiores áreas toda a sua actividade.” As rendas prime fixaram-se, neste terceiro trimestre, nos 14,50 euros por m2.