Pelas 11:38, os títulos do BPI subiam 5,13% para 1,005 euros, com cerca de 973 mil títulos transaccionados desde o início da sessão.
Citando fontes financeiras, o diário espanhol noticia que o BPI está à espera que o CaixaBank saia do capital e venda a sua participação de 44% no banco português nos próximos meses, após o fracasso em Junho da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que o banco espanhol lançou em Fevereiro sobre o banco liderado por Fernando Ulrich.
Mas, segundo explicou à Lusa o operador de bolsa da Go Bulling, do banco Banco Carregosa, Pedro Oliveira, é o eventual interesse de investidores chineses no BPI, também divulgada esta segunda-feira pelo El Confidencial, que está a impulsionar os títulos do banco português.
"Esta subida deve-se principalmente ao facto de haver a possibilidade de investidores chineses comprarem [a participação do CaixaBank]. Este é um bom sinal e é a principal razão para a subida dos títulos. Este possível interesse foi bem recebido pelo mercado", disse Pedro Oliveira à Lusa.
Segundo o El Confidencial, a operação "deve ocorrer nos próximos meses".
O grupo financeiro catalão anunciou a 18 de Junho ter desistido da OPA sobre o português BPI, banco do qual é o principal accionista, por não ter sido cumprida "a condição [estipulada na oferta] da eliminação do limite dos direitos de voto" imposto ao banco catalão.
Isto, depois de, na véspera deste anúncio, os accionistas do BPI terem decidido em assembleia-geral chumbar a desblindagem dos direitos de voto a 20% no banco, passo essencial para o sucesso da OPA que tinha sido lançada pelo CaixaBank.
No final de Julho, o administrador executivo do Caixabank, Gonzalo Gortázar, afirmou durante a apresentação de resultados que o banco catalão estava a analisar a sua posição estratégica como principal acionista do BPI e recordou que dois terços do capital do banco português queria o sucesso da OPA lançada em Fevereiro.
"O que formos analisando em relação ao nosso investimento no BPI temos de o fazer de uma forma cuidadosa, que fica para nós, e não especular mais sobre o BPI. O banco acaba de apresentar bons resultados, tem uma boa posição – mas obviamente também tem coisas por fazer. Continuaremos a apoiar para que o BPI possa alcançar as suas metas e criar o máximo valor para os seus acionistas", salientou na altura o responsável do banco catalão.
No entanto, deixou uma ressalva: "Mas como disse, sobre a nossa posição vamos analisar as alternativas estratégicas e quando tivermos esse processo concluído atuaremos num sentido ou noutro".
Lusa
