"O mundo inteiro entende" que as eleições "não se poderão celebrar na Somália em 2016 por problemas de segurança, problemas com o censo da população, problemas logísticos e devido aos conflitos entre clãs", declarou em conferência de imprensa o porta-voz do governo, Ali Abdullahi.
Segundo a mesma fonte, o executivo somali reconhece, porém, a necessidade de realizar eleições e de efectuar uma mudança de governo.
Na próxima sexta-feira irá realizar-se em Mogadíscio, capital do país, uma conferência organizada pelas Nações Unidas (ONU) para apelar a que o governo realize eleições e comece a organizar a transferência de poderes.
No entanto, durante a sessão parlamentar desta terça-feira, e com a presença do primeiro-ministro, Omar Abdirashiid, deputados e membros do executivo reconheceram que não será possível uma transferência de poderes democrática em Agosto de 2016, altura em que termina o mandato da actual administração.
O parlamento e o governo acordaram então convocar todos os órgãos de poder constitucionais do país para um encontro com a comunidade internacional para debater "a melhor opção" para fazer frente à situação.
A Somália vive em estado de guerra e caos político desde 1991, quando uma rebelião armada derrubou o regime de Mohamed Siad Barre e deixou o país sem um governo efectivo e nas mãos de milícias extremistas, "senhores da guerra" e bandos criminosos armados.
Após intervenção da ONU, o país iniciou uma transição para um sistema democrático em 2004, tendo em 2012 sido eleito, pelo parlamento, Hassan Sheikh Mohamud para o cargo de Presidente, cujo mandato deveria durar quatro anos, depois do qual deveriam ser realizadas as que seriam as primeiras eleições democráticas na Somália desde 1967.