Títulos do BPI caem 6,20%

Títulos do BPI caem 6,20%


A queda dá-se depois de o CaixaBank anunciar desistência da OPA.


Os títulos do BPI seguiam esta sexta-feira a desvalorizar-se 6,20%, um dia depois do banco catalão CaixaBank ter retirado a Oferta Pública de Aquisição (OPA) que tinha lançado, em Fevereiro, sobre o banco português.

A negociação das acções do BPI, que foi suspensa na quinta-feira às 09:30, foi hoje retomada, com os títulos a perderem 3,49% para 1,215 euros, cerca de uma hora depois da abertura da bolsa de Lisboa.

A queda acentuou-se perto das 10h30, altura em que as acções da cotada caíam 6,20% para os 1,181 euros.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu, ao fim da tarde de quinta-feira, levantar a suspensão da negociação das acções do Banco BPI, por considerar “terem cessado os motivos que justificaram a suspensão".

De manhã, a justificação avançada pelo supervisor do mercado de capitais português para suspender a negociação dos títulos do banco liderado por Fernando Ulrich prendia-se com a necessidade de haver "divulgação de informação relevante" sobre a entidade.

Várias horas depois dessa decisão da CMVM, o banco catalão CaixaBank anunciou ter desistido da OPA que tinha lançado em Fevereiro sobre o português BPI, banco do qual é o principal accionista.

Em comunicado enviado ao regulador espanhol CNMV, o CaixaBank informou que o seu Conselho de Administração acordou "apresentar à CMVM [regulador português] a desistência do registo da sua oferta de aquisição sobre as acções do BPI anunciada a 17 de Fevereiro".

A razão apresentada pelo CaixaBank é a de que "não se cumpriu a condição [estipulada na oferta] da eliminação do limite dos direitos de voto" imposto ao banco catalão.

Apesar de deter mais de 44% das acções do BPI, os estatutos do banco português indicam que os catalães apenas tinham 20% dos direitos de voto em assembleia-geral de accionistas.

Na quarta-feira, os accionistas do BPI decidiram em assembleia-geral chumbar a desblindagem dos direitos de voto a 20% no banco, passo essencial para o sucesso da OPA que tinha sido lançada pelo CaixaBank.

Lusa