E a Liga dos Campeões, hum? Humm?


Malta, isto do Jesus é muito intenso e tal mas a final da Liga dos Campeões é já amanhã, dia 6 do 6. E que melhor palco que o Olímpico de Berlim?


Acreditem, é um palco do além. Estamos em 2012. Os bilhetes para o Hertha-Dortmund de 18 de Fevereiro são comprados a 13 de Janeiro, via internet. Já só há 103 disponíveis (upsss, agora 100) e o site oficial do Hertha dá-nos a real perspectiva do nosso assento. Fila 11, lugares 16, 17 e 18 – ligeiramente descaído para a esquerda da baliza do topo norte.

Para que fique bem claro, o campeonato alemão é o segundo evento desportivo com melhor média de espectadores do mundo (42 690) em 2010/11, só atrás da NFL, futebol americano(66 953). Para que conste, o Hertha está para descer e não ganha nada desde 2002. Para a história, aqui fica o número de espectadores com o Dortmund: 74 244! O Olímpico está lotado. E colorido de azul (as cores do Hertha) e amarelo (Dortmund). Aliás, o amarelo é a cor predominante nas carruagens doS-Bahn (metro de superfície).

Chegados lá, vamos trocar um pedaço de papel por três bilhetes. Por sorte, o meu último nome é Carvalho. Na Alemanha, país cheio de w, z e y, isso é ouro sobre azul (o do Hertha). Na fila para os bilhetes de internet, a menos preenchida é a dos apelidos de A-F. Um, dois, três, já estás. Dentro do estádio, claro. Manhêêêê. Paaaaaaaai. Bora aí. Entra-se pelo topo norte, com uma estrutura de pedra enorme e o símbolo olímpico dos cinco anéis entrelaçados. Aqui Hitler aplaude a superioridade da raça ariana mas também sai furioso com a vitória de Jesse Owens – aliás, é esse o nome da avenida à volta do estádio.

Faltam duas horas para o início do jogo e a confusão já é significativa. Canecas de cerveja aqui e ali, Bratwurst de um lado para o outro, Pretzels puros, com queijo ou com queijo e bacon. Que regalo para os olhos. Como a loja do Hertha.

Ao som de “Berlin, Berlin” (versão alemã do “New York, New York” de Frank Sinatra, Liza Minnelli, Tony Bennett…) e “Sailing” (versão alemã de “Sailing” de Rod Stewart), passam imagens nos dois ecrãs gigantes de outros jogos entre Hertha e Dortmund com golos, faltas e falhanços incríveis. Segue-se a apresentação das equipas e acaba-se aqui o espectáculo. A bola entra em acção e, pobre coitada, é maltratada por todos. O Dortmund ganha 1-0 (embora o ecrã gigante não mencione o autor do golo) num dos jogos mais chatos de sempre – e olhe que já vi o Sporting de Waseige. Aborrecido, mesmo – e olhe que vi a parte final do Benfica de Souness. Sem ponta por onde se lhe pegue – e olhe que não se nota diferença em relação ao meu último jogo ao vivo, um Alverca-Lourinhanense (1-0).

A aventura vale essencialmente pelo ambiente, pela cultura de ir ao futebol com as famílias, de encher o estádio. Há tanta gente, há tanta cerveja e há tantas filas indecifráveis que há quem urine para dentro de copos em plena bancada. Há tanta gente que a ida para o S-Bahn se faz a passo de marcha e aos esses. Estes alemães estão divertidos. E bêbados. Eu, se fosse do Hertha e do Dortmund, também estaria, para esquecer aquilo.

Editor de desporto
Escreve à sexta e ao sábado

E a Liga dos Campeões, hum? Humm?


Malta, isto do Jesus é muito intenso e tal mas a final da Liga dos Campeões é já amanhã, dia 6 do 6. E que melhor palco que o Olímpico de Berlim?


Acreditem, é um palco do além. Estamos em 2012. Os bilhetes para o Hertha-Dortmund de 18 de Fevereiro são comprados a 13 de Janeiro, via internet. Já só há 103 disponíveis (upsss, agora 100) e o site oficial do Hertha dá-nos a real perspectiva do nosso assento. Fila 11, lugares 16, 17 e 18 – ligeiramente descaído para a esquerda da baliza do topo norte.

Para que fique bem claro, o campeonato alemão é o segundo evento desportivo com melhor média de espectadores do mundo (42 690) em 2010/11, só atrás da NFL, futebol americano(66 953). Para que conste, o Hertha está para descer e não ganha nada desde 2002. Para a história, aqui fica o número de espectadores com o Dortmund: 74 244! O Olímpico está lotado. E colorido de azul (as cores do Hertha) e amarelo (Dortmund). Aliás, o amarelo é a cor predominante nas carruagens doS-Bahn (metro de superfície).

Chegados lá, vamos trocar um pedaço de papel por três bilhetes. Por sorte, o meu último nome é Carvalho. Na Alemanha, país cheio de w, z e y, isso é ouro sobre azul (o do Hertha). Na fila para os bilhetes de internet, a menos preenchida é a dos apelidos de A-F. Um, dois, três, já estás. Dentro do estádio, claro. Manhêêêê. Paaaaaaaai. Bora aí. Entra-se pelo topo norte, com uma estrutura de pedra enorme e o símbolo olímpico dos cinco anéis entrelaçados. Aqui Hitler aplaude a superioridade da raça ariana mas também sai furioso com a vitória de Jesse Owens – aliás, é esse o nome da avenida à volta do estádio.

Faltam duas horas para o início do jogo e a confusão já é significativa. Canecas de cerveja aqui e ali, Bratwurst de um lado para o outro, Pretzels puros, com queijo ou com queijo e bacon. Que regalo para os olhos. Como a loja do Hertha.

Ao som de “Berlin, Berlin” (versão alemã do “New York, New York” de Frank Sinatra, Liza Minnelli, Tony Bennett…) e “Sailing” (versão alemã de “Sailing” de Rod Stewart), passam imagens nos dois ecrãs gigantes de outros jogos entre Hertha e Dortmund com golos, faltas e falhanços incríveis. Segue-se a apresentação das equipas e acaba-se aqui o espectáculo. A bola entra em acção e, pobre coitada, é maltratada por todos. O Dortmund ganha 1-0 (embora o ecrã gigante não mencione o autor do golo) num dos jogos mais chatos de sempre – e olhe que já vi o Sporting de Waseige. Aborrecido, mesmo – e olhe que vi a parte final do Benfica de Souness. Sem ponta por onde se lhe pegue – e olhe que não se nota diferença em relação ao meu último jogo ao vivo, um Alverca-Lourinhanense (1-0).

A aventura vale essencialmente pelo ambiente, pela cultura de ir ao futebol com as famílias, de encher o estádio. Há tanta gente, há tanta cerveja e há tantas filas indecifráveis que há quem urine para dentro de copos em plena bancada. Há tanta gente que a ida para o S-Bahn se faz a passo de marcha e aos esses. Estes alemães estão divertidos. E bêbados. Eu, se fosse do Hertha e do Dortmund, também estaria, para esquecer aquilo.

Editor de desporto
Escreve à sexta e ao sábado