Toulon. A última escala entre Portugal e a Turquia


Por esta altura do ano, Toulon é como uma loja gourmet no meio de um centro comercial. Há produtos de qualidade prontos a servir e para agradar a todos os gostos. Os grandes clubes caçam promessas por aqui (o mexicano Hector Herrera, melhor jogador da edição de 2012, é um dos favoritos do FC Porto…


Por esta altura do ano, Toulon é como uma loja gourmet no meio de um centro comercial. Há produtos de qualidade prontos a servir e para agradar a todos os gostos. Os grandes clubes caçam promessas por aqui (o mexicano Hector Herrera, melhor jogador da edição de 2012, é um dos favoritos do FC Porto para substituir João Moutinho no meio-campo; e James Rodríguez ganhou este prémio em 2011). A prova tem sido também uma oportunidade para a selecção portuguesa de sub-20 ganhar algum destaque, no meio de campanhas mundialistas com resultados duvidosos.

Mas agora é diferente. Em 2011, Portugal empolgou na Colômbia. Ganhou o grupo B, onde estavam Uruguai (0-0), Camarões (1-0) e Nova Zelândia (1-0). Eliminou a Guatemala nos oitavos-de-final (1-0), a Argentina nos quartos (0-0, 5-4 nos penáltis) e a França nas meias (2-0). O terceiro título de campeão de mundo, depois de 1989 e 1991, só não se confirmou porque o Brasil levou o Oscar de melhor actor. O médio, então no Internacional e agora no Chelsea, marcou três golos, dois deles sem querer – tornou-se apenas o segundo jogador de sempre a fazer um hat-trick numa final da FIFA, depois de Geoff Hurst na conquista inglesa do Mundial-1966. Portugal sai com três prémios de consolação: a prata das medalhas e da bola que define Nélson Oliveira como segundo melhor jogador da competição; e o ouro das luvas de Mika, outro dos pilares da prestação nacional.

Se o Mundial esteve tão perto, o melhor era pensar logo no seguinte. E em menos de nada o Turquia-2013 está já à porta. Faltam 24 dias, por isso é tempo de ultimar detalhes. Em vez de um longo e (por vezes demasiado) calmo estágio, Portugal entra no avião rumo a Nice para participar no torneio de Toulon (como em 2011). É a 26.ª presença em 41 edições, com três títulos (1992, 2001 e 2003) mais outras sete idas ao pódio (quatro vezes em segundo e três em terceiro). Regra geral, ninguém vai para lá dizer que quer ganhar. O discurso passa antes pela evolução dos jogadores – quase sempre o mais importante em competições de jovens. Desta vez o tom é ainda mais vincado: “Estamos a preparar a equipa para o Mundial, não estamos preocupados com a lógica do torneio per si”, diz o seleccionador Edgar Borges.

Faz sentido. Em Toulon vão estar dois dos três adversários de Portugal na primeira fase do Mundial: a Nigéria, com quem a selecção nacional fecha o grupo B deste torneio e abre o grupo B do Mundial, em Kayseri; e a Coreia do Sul, que neste caso fica no grupo A. Além disso, Portugal defronta ainda o Brasil (campeão do mundo em título), o México (campeão de Toulon em título) e a Bélgica (ausente do Mundial-2013).

A geração de 2013 também promete. O regresso – quase sempre forçado – dos clubes portugueses à aposta nos jogadores da formação faz com que alguns dos convocados tenham ganhado experiência ao mais alto nível durante esta época. São os casos de Tiago Ilori (titular no Sporting a partir da 19.ª jornada), Ricardo (MVP da final da Taça de Portugal, pelo V. Guimarães) ou André Gomes (uma das escassas alternativas a Matic e Enzo Pérez no meio-campo do Benfica).