Literacia baixa associada a maior mortalidade


Os conhecimentos em saúde da população têm um impacto significativo no risco de mortalidade. A conclusão é de um estudo da University College London, que seguiu uma amostra de 7857 adultos com mais de 52 anos durante um período de cinco anos, que terminou em Outubro de 2009. Os investigadores concluíram que os participantes que…


Os conhecimentos em saúde da população têm um impacto significativo no risco de mortalidade. A conclusão é de um estudo da University College London, que seguiu uma amostra de 7857 adultos com mais de 52 anos durante um período de cinco anos, que terminou em Outubro de 2009. Os investigadores concluíram que os participantes que tinham tido piores resultados numa avaliação sobre conhecimentos funcionais na área da saúde, por exemplo compreender instruções na bula de um medicamento, tiveram um risco de morte neste período duas vezes superior aos dos participantes com melhores resultados. Dizem ainda que menos de metade do risco acrescido de morte apurado pode ser explicado por diferenças de idade, estatuto socioeconómico e condição de saúde no início do estudo.


O trabalho foi publicado ontem na edição online do “British Medical Journal”. Os investigadores explicam que até aqui apenas os EUA tinham estudos a relacionar a literacia com resultados em saúde, dados que permitem relacionar a baixa literacia em saúde a menor conhecimento sobre doenças crónicas, pior saúde física e mental, uso limitado de serviços de saúde preventivos e uma maior taxa de utilização de hospitais. O novo trabalho permite ter uma percepção do problema na população inglesa: os investigadores adiantam ainda que um terço dos adultos parece ter dificuldades em perceber as bulas. Em Janeiro a Escola Nacional de Saúde Pública lançou em parceria com farmacêutica Lilly Portugal um projecto de investigação nesta área.