Isabel dos Santos acusa Angola de aceder aos seus computadores em Portugal

Isabel dos Santos acusa Angola de aceder aos seus computadores em Portugal


Em entrevista ao Financial Times, empresária fala de “caça às bruxas” e acusa Angola de aceder aos seus computadores em Portugal.


Isabel dos Santos voltou a reagir à decisão da Justiça angolana em arrestar as suas contas bancárias e os seus bens, desta vez em entrevista ao Financial Times. A empresária angolana acusou os serviços de segurança do seu país de acederem aos computadores das suas empresas em Portugal com o objetivo de “forjarem e falsificarem” provas contra si.

Na entrevista, Isabel dos Santos considerou todo o processo como “uma tentativa” do Governo de João Lourenço de “apagar o legado” deixado pela presidência de 38 anos de José Eduardo dos Santos. “Toda a gente na nossa família tem consciência que o Presidente [João] Lourenço está numa luta contra o antigo Presidente Dos Santos”, afirma.

A empresária angolana admitiu que, neste momento, está a preparar-se para lutar nos tribunais contra as acusações de que tem vindo a ser alvo. “Vai ser uma luta difícil”, admite. Isabel dos Santos voltou a refutar benefícios de qualquer espécie, defendendo o seu estatuto enquanto empresária: “A imprensa chama-me princesa. Mas não conheço muitas princesas que se levantem da cama e construam supermercados”.

Recorde-se que a Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) apontou o dedo a Isabel dos Santos, a Sindika Dokolo e ao empresário português Mário Silva, acusando-os de “ocultar o património às custas do Estado, transferindo-o para outras entidades”. A Justiça angolana acredita que “todo o património dos requeridos encontra-se no exterior” do país e admite que será difícil reaver o dinheiro, porque “os capitais já foram exportados”. A PGR de Angola acusou a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos de ter lesado o Estado em mais de mil milhões de euros, dando como exemplo as perdas na sequência do investimento da Sonangol na Galp.