Amarante. 250 bombeiros chamados ao primeiro grande incêndio do ano


Às 20h de ontem só havia dois incêndios activos, mas desde a meia-noite deflagraram 78, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Ao final da tarde, 250 bombeiros ajudados por quatro meios aéreos e 44 veículos combatiam ainda um incêndio com duas frentes activas no concelho de Amarante, que já tinha destruído cerca de…


Às 20h de ontem só havia dois incêndios activos, mas desde a meia-noite deflagraram 78, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Ao final da tarde, 250 bombeiros ajudados por quatro meios aéreos e 44 veículos combatiam ainda um incêndio com duas frentes activas no concelho de Amarante, que já tinha destruído cerca de mil hectares de floresta das serras do Marão e da Meia Via.

As chamas começaram em Abobadela pouco depois das 4h35 e, durante a manhã, chegaram a ameaçar várias aldeias. O comandante da protecção civil de Amarante, Helder Ferreira, explicou à Lusa que só foi possível avançar no combate graças à intervenção dos meios aéreos – dois aviões e dois helicópteros. Os bombeiros sentiram dificuldade em chegar às zonas onde o fogo evoluía por falta de acessos. “Não há habitações em risco, mas continuamos a ter colunas grandes de fumo e várias frentes activas. Vamos ver como [o fogo] vai reagir à descida de temperatura”, resumia o comandante.

Ao final da tarde, um outro incêndio em Mileu, no concelho de Moimenta da Beira, estava já extinto. Cerca de 60 bombeiros, apoiados por dois aviões bombardeiros, combateram as chamas desde as 10h30. Estava ainda activo um outro fogo em Mexilhoeira Grande, no concelho de Portimão, combatido por 128 bombeiros ajudados por dois helicópteros.

Anteontem, a ANPC registou 52 incêndios em mato e floresta – que deram trabalho a 787 bombeiros e implicaram 16 missões aéreas. Hoje, praticamente todo o país apresenta risco de incêndio muito elevado ou máximo. A jogar a favor das corporações estará a meteorologia. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê, a partir de amanhã, a ocorrência de aguaceiros em todo o território e descida da temperatura.

falta de meios A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL) diz-se preocupada com a “insuficiência” de meios aéreos para o combate aos fogos e a falta de equipamento de protecção individual para os bombeiros.

Num comunicado, a associação queixa-se da “não disponibilização atempada dos equipamentos” às corporações. Uma situação que, avisa o presidente Ricardo Ribeiro, “colocará em risco acrescido a saúde, vida e integridade física” dos bombeiros, podendo “condicionar as decisões dos comandantes nos teatros de operações”.

Na mesma nota, a ASPROCIVIL admite que o Verão poderá ser difícil devido ao grande volume de chuva que caiu no Inverno e que originou um aumento “substancial” dos combustíveis finos. Por isso, apela ao governo, às câmaras municipais, às associações de agricultores, às concessionárias de estradas e à Autoridade Florestal Nacional que cumpram a lei e limpem os combustíveis, criando acessos para os bombeiros.