Acorrentado


Quanto mais o tempo passa mais António Costa é acorrentado pelo BE e pelo PCP.


© Tiago Petinga/Lusa

Numa altura de quase não sem retorno num acordo “à esquerda”, a vantagem negocial está do lado do BE e do PCP. Ao PS apenas caberá ceder.

O que está em causa no ainda inexistente acordo é a capacidade de cedência do PS, que quanto maior for mais contranatura é para si, e a forma como o BE e o PCP impõem as suas condições, que, ao contrário do que se julga, são diferentes, e nalguns casos distantes. Costa está refém deles. E o PS está acorrentado a uma estratégia de poder pessoal que o transformará irremediavelmente. 

Costa terá de fazer uma dupla aliança que terá de ser compatível com os programas políticos dos três partidos. Sobretudo do PCP, que pelo seu posicionamento histórico (e eleitoral) é o que menos pode ceder em matérias tão importantes e tão presentes como o reforço da intersindical, o aumento dos salários, a revisão das leis laborais e o posicionamento de Portugal na Europa e no mundo. Aliás, Jerónimo foi bastante claro, pela segunda vez na última semana, em relação a isso. 

Com Catarina é diferente. Percebeu bem o erro de Louçã em 2009 e aquilo em que isso se traduziu para o BE nas eleições de 2011. Para ela é suficiente canibalizar o eleitorado menos moderado do PS desempenhando bem o papel que lhe compete. O suficiente para o BE se afirmar como um grande partido de esquerda moderna.

Costa já perdeu e ainda não percebeu. Acha que no fim do dia valeu a pena. Esquece-se é que, quando as exigências europeias surgirem no que diz respeito ao cumprimento dos tratados, que têm a assinatura do PS, estará entre a espada e a parede. Sozinho sem o apoio dos seus novos parceiros. E aí provavelmente espera que “a direita” europeísta lhe dê a mão. Engana-se! 
Deputado

Escreve à segunda-feira   

Acorrentado


Quanto mais o tempo passa mais António Costa é acorrentado pelo BE e pelo PCP.


© Tiago Petinga/Lusa

Numa altura de quase não sem retorno num acordo “à esquerda”, a vantagem negocial está do lado do BE e do PCP. Ao PS apenas caberá ceder.

O que está em causa no ainda inexistente acordo é a capacidade de cedência do PS, que quanto maior for mais contranatura é para si, e a forma como o BE e o PCP impõem as suas condições, que, ao contrário do que se julga, são diferentes, e nalguns casos distantes. Costa está refém deles. E o PS está acorrentado a uma estratégia de poder pessoal que o transformará irremediavelmente. 

Costa terá de fazer uma dupla aliança que terá de ser compatível com os programas políticos dos três partidos. Sobretudo do PCP, que pelo seu posicionamento histórico (e eleitoral) é o que menos pode ceder em matérias tão importantes e tão presentes como o reforço da intersindical, o aumento dos salários, a revisão das leis laborais e o posicionamento de Portugal na Europa e no mundo. Aliás, Jerónimo foi bastante claro, pela segunda vez na última semana, em relação a isso. 

Com Catarina é diferente. Percebeu bem o erro de Louçã em 2009 e aquilo em que isso se traduziu para o BE nas eleições de 2011. Para ela é suficiente canibalizar o eleitorado menos moderado do PS desempenhando bem o papel que lhe compete. O suficiente para o BE se afirmar como um grande partido de esquerda moderna.

Costa já perdeu e ainda não percebeu. Acha que no fim do dia valeu a pena. Esquece-se é que, quando as exigências europeias surgirem no que diz respeito ao cumprimento dos tratados, que têm a assinatura do PS, estará entre a espada e a parede. Sozinho sem o apoio dos seus novos parceiros. E aí provavelmente espera que “a direita” europeísta lhe dê a mão. Engana-se! 
Deputado

Escreve à segunda-feira