Old Trafford. Mais um match point salvo

Old Trafford. Mais um match point salvo


United e Chelsea empatam e Van Gaal desafoga o laço no pescoço, apesar de estar há seis jogos sem vencer. Arsenal é o novo líder, mas…


Já todos conhecemos aquele ar de Van Gaal, quando entrou na sala de imprensa e absorveu para si todo o silêncio com uma pergunta: “Não acham que me devem pedir desculpas?”. Vimos isto tudo no Exterminador Implacável, o mesmo sotaque carregado no inglês de Schwarzenegger, agora com um holandês: “I wish you a merry Christmas … enjoy the wine and a mince pie. Goodbye”. E abandonou a sala.

Foi na véspera do Stoke e o United perdeu 2-0. Manteve-se no lugar. O empate de ontem em Old Trafford com o Chelsea (0-0) foi uma espécie de match point adiado. Não ganhou nem perdeu, e isso é bom para o treinador mais odiado em Manchester (e em Inglaterra?).

Foi o oitavo jogo seguido (se-gui-do) sem vencer, o sexto se tirarmos os jogos para a Champions (empate com o PSV e derrota com o Wolfsburgo). Na Premier League tem o bonito registo de três desaires seguidos (Bournemouth, Norwich e Stoke) antes do jogo com outro aristocrata decadente que é o Chelsea.

Ninguém quer ficar com ele (Van Gaal), excepto Ed Woodward, o vice-presidente do United, pelo menos disse-o há uma semana a seguir à última derrota. E ontem? Mata tentou, mas a bola atingiu a barra (e não o treinador). Foi o melhor que a equipa do holandês conseguiu perante um moribundo Chelsea, com outro holandês temporário no banco, a substituir Mourinho até final da temporada.

Portanto, o espectro do português a pairar sobre os dois holandeses: um com medo do passado (Hiddink), o outro com medo do futuro (Van Gaal).

E o que é que isto faz? United é sexto, a 9 pontos do líder (que podem ser 11 se o Leicester vencer o City). Toca a torcer pelo rival…

E o Chelsea? Com este empate ficou no 14.º lugar, a apenas três pontos dos lugares de despromoção. E estamos a falar do campeão. Está tudo dito, Guus (Hiddink).

Novo líder Sim, agora o palco é de um francês. Arsène Wenger finalmente está na frente. Mas, há sempre um mas nas contas do fleumático treinador, é preciso que o Leicester não vença hoje.

Depois da goleada sofrida no Boxing Day – aquele dia difícil a seguir ao Natal que os ingleses decidiram pôr toda a gente a jogar à bola -, uns 4-0 do Southampton, o Arsenal refez-se e vingou-se no Bournemouth (2-0).

Aqui houve Özil. Outra vez. Já se sabe, aquele pé esquerdo é quase melhor que o de Daniel Day-Lewis. Só que o britânico recebeu um Oscar no filme de Jim Sheridan e o alemão está há anos como melhor actor principal por onde passa mas nada de títulos. É agora, melhor interpretação como jogador principal na Premier League? Wenger espera por isso.

Se é de arte que falamos, então coitado de Quique Flores. O técnico-sensação (sim há muitos este ano), foi derrotado em casa com um calcanhar de Son Heung-Min no último minuto. Foi demasiado para o Watford, que mesmo assim se mantém no oitavo posto. E perfeito para o Tottenham, que assim é já terceiro.

E tu, Leicester, com o teu treinador-sensação? Ranieri tem hoje a palavra no mais difícil dos testes, depois de ter chumbado com o Lierpool na última jornada.

fel@ionline.pt