Militares recusam missão a bordo do ‘NRP Mondego’ e evocam razões de segurança

Militares recusam missão a bordo do ‘NRP Mondego’ e evocam razões de segurança


13 militares da Marinha Portuguesa “recusaram-se” a realizar uma missão de acompanhamento na Zona Marítima da Madeira. Associação Nacional de Praças fala em situação “grave”.


Antes de realizarem uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira, 13 militares da Marinha Portuguesa recusaram-se a ocupar os respetivos postos a bordo do NRP Mondego. Os militares afirmam que o navio não se encontrava em condições de navegação.

Em comunicado, a Marinha informa que a missão do "NRP Mondego era de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas", contudo admite que o navio tinha "uma avaria num dos motores". "O comandante do navio reportou à cadeia hierárquica que, apesar das limitações mencionadas, tinha condições de segurança para executar a missão. O Comando Naval deu liberdade ao comando do navio para abortar a mesma em caso de necessidade superveniente".

A Marinha adianta ainda que estes navios "sendo um conjunto de sistemas muito complexos e muito redundantes, podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança".

"O estado de prontidão dos navios é avaliado, em primeira instância, pelo próprio comando deste, pela sua cadeia hierárquica e pela estrutura de manutenção da Marinha", reforça.

O Presidente da Associação Nacional de Praças (ANP), Paulo Amaral, defende que os militares tomaram a "decisão que entenderam", pois reconheciam que "não estavam reunidos os requisitos de segurança para eles próprios e para o meio naval". Em declarações ao i, o Presidente da ANP afirma que não têm tido conhecimento de “situações desta e de outra natureza” que se trata de “uma situação grave".

Depois do sucedido a Marinha Portuguesa defende que os 13 militares "não cumpriram com os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos". Como tal os militares serão alvos de processos disciplinares por parte da Marinha, avançou a Renascença.

Lima Coelho, Presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) defende, em declarações à agência Lusa, que esta situação não foi uma "crise de momento" e sim "fruto de muitas situações já vividas a bordo". O Presidente da ANS acrescenta ainda que a Marinha demonstrou " mais vontade em matar o mensageiro do que em resolver a situação".