Aulas arrancam em Cabo Verde sem restrições três anos depois

Aulas arrancam em Cabo Verde sem restrições três anos depois


“Reunimos todas as condições para que haja um bom início do ano letivo, com estabilidade e normalidade. Aquilo que estamos a prever é que as aulas decorrerão dentro da normalidade, não haverá restrições, para já, salvo se vier a acontecer um desenvolvimento da pandemia não previsto atualmente, mas aquilo que perspetivamos é o funcionamento normal…


As aulas vão arrancar na próxima segunda-feira em Cabo Verde, para 131 mil alunos e 6.500 professores, e sem restrições relacionadas com a pandemia da covid-19 três anos depois, disse hoje o ministro da Educação.

"Reunimos todas as condições para que haja um bom início do ano letivo, com estabilidade e normalidade. Aquilo que estamos a prever é que as aulas decorrerão dentro da normalidade, não haverá restrições, para já, salvo se vier a acontecer um desenvolvimento da pandemia não previsto atualmente, mas aquilo que perspetivamos é o funcionamento normal das escolas", previu Amadeu Cruz.

Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o ministro disse que o ano letivo 2022/2023 será ainda marcado pela incerteza derivada da evolução da pandemia da covid-19, tanto a nível nacional como internacional, mas será de transição e da retoma paulatina da normalidade.

Nos últimos dois anos, o país arrancou os anos letivos com várias restrições por causa da pandemia da covid-19, mas nos últimos meses os casos têm diminuído constantemente, tendo o país atualmente 14 casos ativos e não regista óbitos há cerca de dois meses.

"Já há um quadro de consolidação progressiva da normalidade", garantiu ainda Amadeu Cruz, em aulas que começam na segunda-feira em todo o país para cerca de 131 mil alunos, orientados por 6.500 professores.

As aulas vão arrancar ainda num cenário marcado pelo aumento de preços e escassez de alguns produtos no mercado, mas o ministro garantiu que as cantinas escolares estão preparadas para começarem a funcionar logo na semana de início das aulas e ao longo do ano.

E avançou que está garantido stock de géneros alimentícios e outras condições de funcionamento das cozinhas, graças a um apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM) para reforçar a capacidade de resposta das cantinas.

"Mas, independentemente disso, está garantindo o funcionamento normal das cantinas, em último caso o Estado manterá todo o esforço orçamental que tem sido empreendido nos últimos anos para garantir o funcionamento das cantinas", completou Amadeu Cruz.

Além disso, deu conta que o Ministério da Educação vai distribuir kits escolares a cerca de 30 mil alunos provenientes de famílias mais carenciadas.

"A preocupação fundamental do Ministério da Educação é que nenhuma criança fique sem os manuais escolares", assegurou a mesma fonte, garantindo igualmente a organização do transporte escolar.

"Estão, assim, reunidas condições para o início do ano letivo 2022-2023 sem sobressaltos e num ambiente de continuação das reforças para a melhoria da qualidade do ensino", garantiu Amadeu Cruz, referindo que o ano letivo vai decorrer num quadro de estabilização das matrizes do ensino básico obrigatório (do 1.º ao 8.º ano) e da continuação da implementação da reforma curricular no ensino secundário (do 9.º ao 12.º ano).

Implementação de novos planos curriculares no 10.º ano, reforço das competências em línguas, matemática, ciências e tecnologias, implementação do novo sistema de avaliação das aprendizagens, intensificação da transição e transformação digital e início de uma experiência do ensino da língua cabo-verdiana (o crioulo) com disciplina opcional e experimental a partir do 10.º ano de escolaridade, são outros destaques do novo ano letivo em Cabo Verde.

Quanto aos professores, o ministro deu conta que foram transferidos 240, de um total de 640 pedidos, e foram contratados cerca de 300, e que no presente ano letivo será reforçado o sistema de formação contínua dos docentes.

Também garantiu a continuidade do diálogo permanente com os sindicatos e com os professores para continuar o processo de regulamentação e estabilização das carreiras, prometendo resolver todas as pendências dos decentes até finais de 2023.