O lucro da Caixa Geral de Depósitos disparou 65% para os 486 milhões de euros, nos primeiros seis meses do ano. De acordo com a instituição financeira liderada por Paulo Macedo, "esta evolução reflete um menor custo do risco de crédito no período após a fase mais aguda da pandemia covid-19 e a venda de alguns ativos não core, bem como o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do grupo, no valor de 109 milhões de euros, cerca de 22% do total, um crescimento de 77% face ao primeiro semestre de 2021".
O volume de negócios registou um crescimento de 3,2 mil milhões de euros face ao final de 2021 (+2%), "registando uma evolução tanto no crédito (+1.226 milhões de euros, +2,3%) como nos recursos (+1.993 milhões de euros), impulsionado pela atividade internacional que cresceu 7,4%".
No segmento de empresas, o banco público destaca a produção de crédito, em particular, a subida de 5% no stock de crédito a PME (Pequenas e Médias Empresas). "Salienta-se, ainda, o crescimento da venda de produtos core para as empresas como o financiamento de médio-longo prazo (+46%) seguros não-financeiros (+35%), as garantias bancárias (+48%) e o factoring e confirming (+24%)", salienta.
No negócio de particulares em Portugal, a produção de crédito à habitação cresceu 10,1% no semestre face ao período homólogo, atingindo 1.731 milhões de euros. Já o crédito ao consumo beneficiou de iniciativas de redução do prazo da aprovação e desembolso de fundos, com um aumento da produção de 47,1% face ao primeiro semestre de 2021.
Por sua vez, os depósitos de clientes aumentaram 2.604 milhões de euros (+3,8%) no semestre em Portugal, com destaque para os segmentos de empresas (+4,2%) e particulares (3,8%), continuando a registar um impacto negativo nas contas do banco em cerca de 26 b.p..
A margem financeira regista uma evolução denominada pela atividade internacional +47 milhões de euros e pelo programa TLTRO do BCE (+29 milhões de euros). "Foi continuada a prossecução do Plano Estratégico 2021- 2024 com efeitos de melhoria no negócio em áreas como o crédito a PME, o crédito ao consumo e o número de clientes digitais. O número de clientes ativos na utilização da banca digital alcançou de 2,14 milhões no final de junho de 2022, com um crescimento de 19% nos utilizadores mobile".
Os imóveis detidos para venda reduziram 15% para 339 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2008. "A evolução registada na carteira de crédito desde o fim das moratórias, no âmbito da pandemia, tem um impacto relevante no resultado, permitindo a reversão parcial de imparidades constituídas preventivamente em exercícios anteriores, nomeadamente nos anos de 2020 e 2021", acrescenta.