Renováveis permitiram poupanças de até 300 euros por ano aos consumidores

Renováveis permitiram poupanças de até 300 euros por ano aos consumidores


Poupança chegou até aos 30 mil euros no caso dos consumidores não-domésticos, revela APREN.


As renováveis estão a permitir poupanças anuais na fatura de eletricidade até 300 euros, no caso dos consumidores domésticos, e até 30 mil euros, no caso dos consumidores não-domésticos. Esta é uma das principais conclusões de um estudo da consultora Deloitte, realizado para a APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis, sobre o “Impacto da eletricidade de origem renovável no preço suportado pelo consumidor em 2021”.

Segundo as conclusões do estudo, sem a Produção em Regime Especial (PRE) Renovável, a eletricidade teria custado mais 88 euros por megawatt hora (MWh) no mercado grossista.

Dizem os dados que, no ano passado, o preço da eletricidade registou uma subida acentuada de 230% face a 2020 no mercado grossista ibérico de eletricidade (MIBEL), a produção de eletricidade de origem renovável permitiu uma poupança anual superior a 4,1 mil milhões de euros na compra de eletricidade, avança a APREN.

E acrescenta que, desde 2016 a PRE renovável “está a possibilitar poupanças acumuladas, que eram já da ordem dos 10,2 mil milhões de euros no final do ano passado. Porém, esse ganho intensificou-se precisamente em 2021, com o valor anual de poupança mais elevado da última década” que destaca o impacto “positivo” para o Sistema Elétrico Nacional e para os consumidores de eletricidade. “Ou seja, a diferença entre a poupança obtida com a Produção em Regime Especial Renovável e o sobrecusto que lhe está associado através das FiT (feed-in-tarifs), atingiu os 2,6 mil milhões de euros em 2021. O sobreganho acumulado nos últimos 10 anos corresponde a 5,9 mil milhões de euros”.

A APREN diz também que “as renováveis têm, de um modo geral, um custo marginal zero ou muito próximo do mesmo, o que contribui para a inserção de ofertas de eletricidade a um custo inferior no mercado, reduzindo assim o preço em mercado diário grossista da eletricidade para uma determinada hora”, acrescentando que “apesar da incorporação de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis, o preço da eletricidade no mercado grossista registou máximos históricos em 2021, já que o preço médio anual subiu 230% face a 2020”.

E explica que este fenómeno deve-se essencialmente a dois fatores: “por um lado, e em grande parte, à tendência de crescimento do preço do gás natural – que atingiu valores seis vezes superiores ao registado em 2020. Por outro lado, em menor parte, mas de forma significativa, aos preços das licenças de emissão de CO₂”.

A APREN salienta ainda que “o MIBEL, mercado elétrico em que Portugal e Espanha estão inseridos, assenta num modelo marginalista, o que significa que o preço da eletricidade é definido pela oferta de preço mais elevada necessária para satisfazer a procura. O aumento do preço do gás tem sido um fator com a grande contribuição para o aumento significativo dos preços da eletricidade produzida a partir desta fonte, levando outras tecnologias a obter a mesma remuneração”.