BCP. Lucro cai quase 60% para 59,5 milhões até setembro

BCP. Lucro cai quase 60% para 59,5 milhões até setembro


Este valor agora registado inclui “provisões de 313,5 milhões de euros para riscos legais associados a créditos em francos suíços concedidos na Polónia e itens específicos de 87,6 milhões de euros em Portugal, respeitantes essencialmente a custos de ajustamento do quadro de pessoal”.


O lucro do BCP caiu 59,3% para 59,5 milhões de euros até setembro. Em igual período do ano passado, a instituição financeira tinha apresentado um resultado líquido de 146,3 milhões de euros. De acordo com o banco, este valor agora registado inclui “provisões de 313,5 milhões de euros para riscos legais associados a créditos em francos suíços concedidos na Polónia e itens específicos de 87,6 milhões de euros em Portugal, respeitantes essencialmente a custos de ajustamento do quadro de pessoal”.

 Apesar desta quebra, os indicadores da atividade bancária dão conta de uma evolução positiva entre janeiro e setembro, com a margem financeira a crescer 1,3% para 1168,6 milhões de euros e o produto bancário a avançar 2,6% para 1.706,4 milhões de euros.

Para este crescimento contribuiu a expansão do volume de negócios neste período: os depósitos aumentaram 8,5% para 68,3 mil milhões de euros – beneficiando do comportamento das famílias durante a pandemia – e o crédito a clientes cresceu 4,8% para 56,4 mil milhões de euros.

Os custos operacionais cresceram 4,8%, mas o banco diz que, excluindo itens específicos, esta rubrica teria registado uma descida de 1,7% para 764 milhões. 

Na atividade em Portugal, o resultado líquido totalizou 115,2 milhões de euros até final de setembro de 2021, o que de acordo com o banco, representou “um crescimento de 25,3% face aos 91,9 milhões de euros obtidos em igual período de 2020”, ainda assim, admite que esta evolução foi condicionada pela constituição da já referida provisão, no montante de 81,4 milhões de euros, para fazer face aos custos com o plano de ajustamento do quadro de pessoal em curso, “na sequência da análise efetuada às necessidades do banco face à capacidade existente, tendo em conta também a adaptação dos modelos e processos de negócio às novas tecnologias”. 

Moratórias

Apesar do fim do regime das moratórias no final de setembro, o banco liderado por Miguel Maya ainda tem 730 milhões de euros de crédito suspenso pela medida. Ainda assim, estes números representam uma pequena parte das moratórias que o BCP chegou a ter. Em setembro, com a descontinuação do regime, expiraram 6,2 mil milhões de euros em moratórias, divididas em igual parte entre empresas e famílias.

Já as comissões líquidas situaram-se 7,2% acima dos 498,2 milhões de euros apurados nos primeiros nove meses do ano passado, ascendendo a 534,2 milhões de euros no mesmo período do ano corrente. “A evolução favorável das comissões líquidas verificou-se tanto na atividade em Portugal como na atividade internacional, em ambos os casos devido ao desempenho, quer das comissões bancárias, quer das comissões relacionadas com os mercados, não obstante os impactos associados à pandemia em alguns tipos de comissões”.

Os custos operacionais totalizaram os 764,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2021, evidenciando uma redução de 2,7% face aos 785,2 milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior. “Esta evolução reflete o enfoque do Grupo no compromisso assumido relativo à melhoria de eficiência, quer na atividade em Portugal, quer na atividade internacional”, referiu a instituição financeira.

Os custos com o pessoal apresentaram uma redução de 3,7% face aos 447,1 milhões de euros contabilizados nos primeiros nove meses de 2020, totalizando 430,7 milhões de euros no mesmo período do ano corrente, devido ao desempenho favorável quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional. “Esta evolução não considera o efeito dos itens específicos no montante de 87,6 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2021 e de 22,8 milhões de euros no período homólogo do ano anterior”, acrescenta.