“Temos de esperar, para já”, diz OMS em relação à decisão da vacinação contra a covid-19 em menores de 12 anos

“Temos de esperar, para já”, diz OMS em relação à decisão da vacinação contra a covid-19 em menores de 12 anos


O diretor regional para Europa da OMS diz que ainda faltam provas para comprovar a eficácia da vacina nas crianças com menos de 12 anos e também acredita que “no próximo ano vamos estar livres da pandemia, mas não da covid”. 


A aprovação para administrar a vacina contra a covid-19 em crianças com menos de 12 anos ainda vai demorar “um pouco”, afirmou o diretor regional para Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com Hans P. Klüge, médico e também diretor regional, “as evidências ainda não são robustas o suficiente” para tomar uma decisão final, uma vez que também “há alguns ensaios clínicos em curso”, frisou durante a visita a um centro de vacinação em Lisboa, esta terça-feira.

"Estamos a acompanhar de muito perto. Temos de esperar, para já. Não esperar passivamente, mas acompanhar as provas que surgem todos os dias. Portanto, teremos de esperar um pouco”, sublinhou o diretor, reforçando que a “primeira prioridade é conseguir aumentar a cobertura de vacinação da população adulta em toda a região” europeia.

"Em segundo lugar”, para Hans P. Klüge, as autoridades de saúde devem “dar uma terceira dose para as pessoas mais idosas e com imunidades reduzidas" ao vírus e por último, “[imunizar] os adolescentes, com 12 e mais anos, porque é muito importante manter as escolas abertas", salientou.

Além disso, o diretor regional da OMS acredita que "no próximo ano vamos estar livres da pandemia, mas não da covid", ao dizer que a Europa vai passar a viver numa “situação endémica", em que teremos "de aprender a viver com a covid-19, como estamos a fazer com a gripe".

Hans P. Klüge também indicou como cenário possível a adição da vacina contra a covid-19 nos planos de vacinação, sendo esta administrada uma vez por ano, para garantir imunidade. "Não sabemos ainda, temos de olhar para os indícios, mas este é um dos cenários mais prováveis", observou.

À margem da visita a Portugal, o diretor regional para Europa da OMS destacou o facto de o país estar “a cumprir com a sua parte”, entregando vacinas a países terceiros. Porém, o médico disse que ainda “é preciso mais partilha” e que “os países não podem esperar até que a vacina esteja quase a expirar”.