BE quer apoios até final do ano e OE tem de responder à crise

BE quer apoios até final do ano e OE tem de responder à crise


“Se o primeiro-ministro reconhece que a recuperação será lenta em toda a Europa, reconheça também a dificuldade de quem trabalha neste país”, disse Catarina Martins. 


A coordenadora do BE exigiu ontem ao Governo que prolongue até ao final do ano todos os apoios decorrentes dos efeitos da pandemia, e defendeu a necessidade de um Orçamento do Estado “capaz” de responder à crise.

“Se o primeiro-ministro reconhece que a recuperação será lenta em toda a Europa, reconheça também a dificuldade de quem trabalha neste país”, disse Catarina Martins. 

A responsável observou que o BE "tem recebido inúmeros e desesperados pedidos de tanta gente que, no momento da quarta vaga pandémica, quando o Governo institui novas limitações à atividade económica, estão sem nenhum apoio".

Assinalando que o Governo "criou medidas avulsas" para apoiar aqueles cidadãos que não podiam trabalhar devido à pandemia mas também não tinham acesso ao subsídio de desemprego nem a apoios sociais, a coordenadora bloquista observou que essas medidas "foram acabando".

"Calcula-se que no final do estado de emergência, a 30 de abril, houvesse 130 mil pessoas neste país, trabalhadores e trabalhadoras que foram impedidos de trabalhar por causa da pandemia e que dependiam destas prestações extraordinárias avulsas, e que de repente ficaram sem nada", apontou, indicando que essas pessoas "mantêm-se sem nada, absolutamente abandonadas".

De acordo Catarina Martins, o Governo anunciou novas restrições à atividade económica, mas "deixou esta gente toda sem nenhum apoio", tendo anunciado "apenas que ia renovar, e só por mais um mês, o apoio de quem tem apoios até ao fim de julho".

"E a exigência de um país que responde à crise é não deixar abandonados aqueles que, por questões de saúde pública, não têm o seu rendimento do trabalho, não podem trabalhar, e esta é uma exigência mínima", advogou.

A líder do BE sublinhou ainda que "chega de medidas mês a mês, chega de medidas que são feitas para tão poucas pessoas" que os critérios "servem muito mais para excluir do que para apoiar".

Na iniciativa, Catarina Martins pediu ainda "que se faça finalmente um Orçamento do Estado capaz porque este país precisa de ter os instrumentos para responder a esta crise".