Em defesa da marquise de Cristiano Ronaldo


 Portugal convive muito mal com a riqueza


Quem debita carateres com muita facilidade deve pensar que na banda desenhada é que existe o Lucky Luke, que dispara mais rápido do que a própria sombra. Vem esta conversa a propósito da polémica do ‘avançado’ ou marquise da casa de Cristiano Ronaldo, em Lisboa. Em primeiro lugar, lembrei-me que o craque português gosta de gastar dinheiro em Portugal e que isso deve ser valorizado. Se existem apartamentos que custam mais de sete milhões de euros e ele é um dos compradores, parabéns. O problema é que Portugal convive muito mal com a riqueza. Por um lado, historicamente, os saudosistas do Estado Novo detestam o novo-riquismo. Por outro, mesmo os novos ricos só aplaudem quando não há problemas. Sempre que surge algum problema, logo caem todos em cima de quem tem dinheiro. Confesso que não sou propriamente o maior fã de Cristiano Ronaldo, no que à sua vida diz respeito, pois considero-o uma montra de marcas de luxo, sem qualquer personalidade. Acrescento mesmo que o acho um bimbo de um provinciano – muito dinheiro e pouca personalidade. Apesar disto tudo, acho uma vergonha o que têm feito ao grande craque português – uma perseguição sem limites. O homem pode ter mau gosto, mas isso é com ele. Acrescentar um anexo a um prédio no último andar qual é o problema? Alguém vê o atentado da rua? Não, só de drone. Em frente ao prédio onde vivo, não faltam exemplos disso. Desde “marquises” improvisadas a antenas que transformam por completo a obra arquitetónica. Mas, pelos vistos, a indignação do arquiteto do projeto final do edifício onde Cristiano Ronaldo comprou o seu apartamento, choca com a de um colega seu, Tomás Taveira. É que, supostamente, foi o famoso arquiteto das Amoreiras o autor do edifício onde CR 7 comprou casa. José Mateus, o arquiteto ofendido, terá ‘magoado’ Tomás Taveira, o responsável pelo prédio do CR7, além de ter visto as Amoreiras intervencionadas pelo arquiteto agora ofendido. a vida é terrível.