Faltou uma mão mais firme


Ainda assim, não podemos propriamente deitar foguetes quando surgimos num desonroso oitavo lugar na lista dos países com mais mortes por covid por milhão de habitantes.


A espetacular descida do número de infetados e de mortos por covid-19 em Portugal nos últimos dias mostra que o confinamento funciona mesmo. Valha-nos isso.

Ainda assim, não podemos propriamente deitar foguetes quando surgimos num desonroso oitavo lugar na lista dos países com mais mortes por covid por milhão de habitantes.

Nem os EUA do inconstante Trump (que muitos diziam que devia ser responsabilizado pela mortandade), nem a desconfinada Suécia (não ia ser o descalabro total?), nem sequer o Brasil de Bolsonaro tiveram performances tão más!

O que correu mal? A mudança na estratégia de testagem dá a entender que a estratégia anterior não estava a dar bons resultados. De facto, parecia deixar demasiadas pessoas de fora – quando há muito os especialistas insistem na necessidade de “testar, testar, testar”.

Porém, o principal fator, julgo, foi a demora na ação – ao contrário do que tinha acontecido na primeira vaga, tirando a questão das máscaras (as tais que davam “uma falsa sensação de segurança”).

Isso leva-me a um princípio defendido pelo psicólogo canadiano Jordan Peterson, o princípio da “força mínima necessária”. Peterson dá o exemplo de uma birra de uma criança: é melhor o pai ser um pouco duro logo no início do processo, mas travá-lo, do que ser leniente e deixar a coisa descambar. Aí então será preciso aplicar uma força muito maior (em vez de um raspanete, talvez umas palmadas valentes ou pior) e possivelmente nem se obtém tão bons resultados.

Creio que foi esse o nosso pecado desta vez: deixar andar, permitir ao vírus que ganhasse embalagem. Quando o atacámos, já era tarde de mais, o que exigiu uma repressão mais forte (ou seja, medidas mais duras).

Claro que do lado da “criança” talvez também tenha havido algum mau comportamento. Não querendo infantilizar o povo português, às vezes precisamos de um “pai” com uma mão mais firme

Faltou uma mão mais firme


Ainda assim, não podemos propriamente deitar foguetes quando surgimos num desonroso oitavo lugar na lista dos países com mais mortes por covid por milhão de habitantes.


A espetacular descida do número de infetados e de mortos por covid-19 em Portugal nos últimos dias mostra que o confinamento funciona mesmo. Valha-nos isso.

Ainda assim, não podemos propriamente deitar foguetes quando surgimos num desonroso oitavo lugar na lista dos países com mais mortes por covid por milhão de habitantes.

Nem os EUA do inconstante Trump (que muitos diziam que devia ser responsabilizado pela mortandade), nem a desconfinada Suécia (não ia ser o descalabro total?), nem sequer o Brasil de Bolsonaro tiveram performances tão más!

O que correu mal? A mudança na estratégia de testagem dá a entender que a estratégia anterior não estava a dar bons resultados. De facto, parecia deixar demasiadas pessoas de fora – quando há muito os especialistas insistem na necessidade de “testar, testar, testar”.

Porém, o principal fator, julgo, foi a demora na ação – ao contrário do que tinha acontecido na primeira vaga, tirando a questão das máscaras (as tais que davam “uma falsa sensação de segurança”).

Isso leva-me a um princípio defendido pelo psicólogo canadiano Jordan Peterson, o princípio da “força mínima necessária”. Peterson dá o exemplo de uma birra de uma criança: é melhor o pai ser um pouco duro logo no início do processo, mas travá-lo, do que ser leniente e deixar a coisa descambar. Aí então será preciso aplicar uma força muito maior (em vez de um raspanete, talvez umas palmadas valentes ou pior) e possivelmente nem se obtém tão bons resultados.

Creio que foi esse o nosso pecado desta vez: deixar andar, permitir ao vírus que ganhasse embalagem. Quando o atacámos, já era tarde de mais, o que exigiu uma repressão mais forte (ou seja, medidas mais duras).

Claro que do lado da “criança” talvez também tenha havido algum mau comportamento. Não querendo infantilizar o povo português, às vezes precisamos de um “pai” com uma mão mais firme