Os recentes desenvolvimentos tecnológicos e as rápidas transformações sociais vieram lançar novos desafios à educação em engenharia no séc. xxi. De modo a preparar jovens engenheiros mais capazes de antever, intervir e responder aos desafios futuros da nossa sociedade, o Técnico desencadeou um processo de análise e reflexão sobre o seu modelo de ensino e práticas pedagógicas.
Em janeiro de 2018 foi constituída a Comissão de Análise do Modelo de Ensino e Práticas Pedagógicas (CAMEPP) do IST, mandatada pelos órgãos da escola para repensar o modelo de formação pedagógica do Técnico e definir as linhas orientadoras para uma reorganização da formação da escola – Modelo Técnico 2122.
A mudança de paradigma de ensino é um dos pontos críticos para o sucesso do modelo Técnico 2122, e em fevereiro de 2018 foi lançada a primeira edição dos Projetos de Inovação Pedagógica – PIP2018, promovida pelo conselho pedagógico do Técnico.
Os Projetos de Inovação Pedagógica (PIP) destinam-se a apoiar os professores no desenvolvimento de novos formatos e métodos de ensino inovadores, incentivando a inclusão de novas tecnologias e competências em unidades curriculares, que desempenham papéis cada vez mais importantes no mundo do trabalho como, por exemplo, o trabalho colaborativo baseado em projetos e as tecnologias digitais, com impacto positivo nos estudantes e nas suas aprendizagens. Pretende-se com todo este processo de mudança e de inovação das práticas pedagógicas fortalecer a preparação dos estudantes em termos científicos e tecnológicos, mas também enriquecer as suas competências transversais e sociais que lhes permitam a integração plena na vida profissional.
Os PIP realizam-se anualmente e apoiam o esforço dos docentes, fornecendo pequenas quantias de financiamento para ajudar a equipa a projetar e implementar novas iniciativas. O concurso PIP tem como objetivo a mobilização dos docentes do IST visando:
• A atualização e/ou adaptação do modelo de ensino do IST.
• A utilização de ferramentas que sejam relevantes ao nível da aprendizagem, por exemplo, análise de casos, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem ativa, salas de aula invertidas, aprendizagem baseada em projetos de investigação.
• O fornecimento de métricas para aferir o sucesso e descrever como estas serão medidas.
• O uso de novas tecnologias, incluindo soluções digitais, para resolver problemas de aprendizagem e ensino.
Desde o seu início, em 2018, foram financiados no total 37 propostas que geralmente resultam do esforço de equipas multidisciplinares de docentes. As experiências e os conhecimentos desenvolvidos no âmbito desta iniciativa têm sido extraordinários e com um impacto muito positivo no ensino. Os docentes envolvidos nestas propostas são o primeiro ponto de contacto para outros docentes que também desejam iniciar e experimentar atividades pedagógicas inovadoras.
Foi criado um website com a informação dos vários PIP financiados (https://pip.tecnico.ulisboa.pt), assim como uma brochura anual (https://pip.tecnico.ulisboa.pt/pip-2018/brochura/), que permite não só divulgar o ensino inovador que é feito no Técnico, mas também a partilha de experiências pedagógicas que incentivem outros docentes a experimentar novas ideias e que sirvam de protótipos para projetos futuros com impacto na melhoria do ensino e aprendizagem dos estudantes do IST.
Professora do Instituto Superior Técnico