Lixo. “Práticas de reciclagem colocadas  em causa”, garante Quercus

Lixo. “Práticas de reciclagem colocadas em causa”, garante Quercus


A associação ambientalista garante que as restrições relativas à covid-19 prejudicaram o setor. E avisa: só através de uma nova campanha é que Portugal vai conseguir evitar um “retrocesso na educação para a reciclagem”.


Com a pandemia de covid-19, os portugueses começaram a reciclar menos. A garantia é da associação ambientalista Quercus, que explica que as restrições implementadas para proteger os operadores de higiene urbana não terão ajudado ao normal desenvolvimento do setor da reciclagem. Segundo a associação, só através de uma nova campanha que promova os bons hábitos de reciclagem é que Portugal vai conseguir evitar um “retrocesso na educação para a reciclagem”.

As medidas de contenção impostas para combater o novo coronavírus podem, segundo a associação, deixar consequências negativas, uma vez que foi a própria Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Ministério do Ambiente a apelar à não separação do lixo. “O encaminhamento dos lixos recicláveis está a ser direcionado para deposição em aterro ou incineração, quer pela suspensão da recolha porta a porta em algumas zonas de Portugal (como Lisboa, por exemplo), quer pela limitação dos circuitos de recolha seletiva através de ecopontos, que enchem mais rapidamente e que, por se encontrarem cheios, isso leva a que as populações coloquem os lixos que separaram no contentor do lixo comum, que por sua vez não é encaminhado para reciclagem”, avançou a Quercus.

A associação vai mais longe e indica que o novo coronavírus influenciou também o cumprimento do que está estabelecido em legislação europeia, dado que as práticas de reciclagem já não são as mesmas. “Segundo a Diretiva Comunitária para os Resíduos, em julho de 2020 deverá ser suspensa a direta deposição ou incineração de resíduos provenientes da recolha seletiva”. A Quercus acredita que esta realidade vai prejudicar o desempenho de Portugal em matéria de reciclagem, tornando ainda mais difícil a concretização das metas de reciclagem estabelecidas, de 50% para 2022, apesar das orientações da Comissão Europeia para manter a recolha seletiva dos resíduos urbanos.

De acordo com um estudo feito pela associação, é necessário melhorar significativamente “os processos de recolha seletiva de determinadas frações de resíduos como o amianto”, bem como existir maior eficiência na recolha dos resíduos urbanos, com o objetivo de fomentar a reciclagem.

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