Médicos arriscam prevenção com remédio da malária


Muitos médicos que estão na linha da frente decidiram começar a tomar o medicamento da malária como prevenção. Se até aqui só utilizavam o fármaco em doentes que estavam nos cuidados intensivos, agora começaram a receitá-lo a eles próprios.


A “guerra” aberta entre a Câmara do Porto e a Direção-Geral da Saúde era completamente dispensável  e a última coisa de que o país precisava. Se num momento tão complicado, em que as várias entidades andam ao sabor do vento – leia-se verdades do dia -, se dá um clima de desunião entre os vários poderes, o que há de pensar o comum dos mortais? Que o melhor é tudo sair à rua? Ou que devemos andar de terra em terra? Mal Graça Freitas anunciou que o Governo estava a pensar em criar um cerco sanitário ao Grande Porto, Rui Moreira, presidente da principal autarquia do Norte, disparou que era um disparate e que só pode ter sido dito “devido ao cansaço” da diretora-geral da Saúde.

Confesso que não entendo como são possíveis estes desencontros – há outros autarcas que pedem medidas avulsas… – num momento tão crítico. Se é óbvio que não existe uma verdade absoluta sobre a melhor forma de atacar o coronavírus, parece claro também que estas guerras só complicam a vida do cidadão comum, que fica sem saber em quem acreditar.

Por falar em acreditar, muitos médicos que estão na linha da frente decidiram começar a tomar o medicamento da malária como prevenção. Se até aqui só utilizavam o fármaco em doentes que estavam nos cuidados intensivos, agora começaram a receitá-lo a eles próprios, embora os efeitos secundários não sejam de todo desprezíveis…

Mas é um facto que são cada vez mais os profissionais que optam por correr riscos secundários – retinite ou choques anafiláticos – a serem contaminados com a covid-19. O raciocínio é simples: entre um efeito secundário e o coronavírus, opta-se pela primeira solução. Talvez por isso o medicamento esteja praticamente esgotado em todas as farmácias e, onde há, só se vende uma embalagem por pessoa.

O que é cada vez mais evidente também é que muitos dos profissionais – médicos, enfermeiros e auxiliares – são contaminados por pessoas que chegam aos hospitais para tratarem de coisas menores e já estão com o coronavírus no organismo. Como os profissionais que os atendem não estão devidamente equipados, acabam por ficar infetados, criando uma bola de neve. Na situação ideal, todos os profissionais dos hospitais deveriam andar vestidos como os seus colegas da China, que pareciam astronautas num hospital. É a única forma eficaz de a doença não se propagar a todos. Até lá, é rezar ou acreditar na sorte. 

Médicos arriscam prevenção com remédio da malária


Muitos médicos que estão na linha da frente decidiram começar a tomar o medicamento da malária como prevenção. Se até aqui só utilizavam o fármaco em doentes que estavam nos cuidados intensivos, agora começaram a receitá-lo a eles próprios.


A “guerra” aberta entre a Câmara do Porto e a Direção-Geral da Saúde era completamente dispensável  e a última coisa de que o país precisava. Se num momento tão complicado, em que as várias entidades andam ao sabor do vento – leia-se verdades do dia -, se dá um clima de desunião entre os vários poderes, o que há de pensar o comum dos mortais? Que o melhor é tudo sair à rua? Ou que devemos andar de terra em terra? Mal Graça Freitas anunciou que o Governo estava a pensar em criar um cerco sanitário ao Grande Porto, Rui Moreira, presidente da principal autarquia do Norte, disparou que era um disparate e que só pode ter sido dito “devido ao cansaço” da diretora-geral da Saúde.

Confesso que não entendo como são possíveis estes desencontros – há outros autarcas que pedem medidas avulsas… – num momento tão crítico. Se é óbvio que não existe uma verdade absoluta sobre a melhor forma de atacar o coronavírus, parece claro também que estas guerras só complicam a vida do cidadão comum, que fica sem saber em quem acreditar.

Por falar em acreditar, muitos médicos que estão na linha da frente decidiram começar a tomar o medicamento da malária como prevenção. Se até aqui só utilizavam o fármaco em doentes que estavam nos cuidados intensivos, agora começaram a receitá-lo a eles próprios, embora os efeitos secundários não sejam de todo desprezíveis…

Mas é um facto que são cada vez mais os profissionais que optam por correr riscos secundários – retinite ou choques anafiláticos – a serem contaminados com a covid-19. O raciocínio é simples: entre um efeito secundário e o coronavírus, opta-se pela primeira solução. Talvez por isso o medicamento esteja praticamente esgotado em todas as farmácias e, onde há, só se vende uma embalagem por pessoa.

O que é cada vez mais evidente também é que muitos dos profissionais – médicos, enfermeiros e auxiliares – são contaminados por pessoas que chegam aos hospitais para tratarem de coisas menores e já estão com o coronavírus no organismo. Como os profissionais que os atendem não estão devidamente equipados, acabam por ficar infetados, criando uma bola de neve. Na situação ideal, todos os profissionais dos hospitais deveriam andar vestidos como os seus colegas da China, que pareciam astronautas num hospital. É a única forma eficaz de a doença não se propagar a todos. Até lá, é rezar ou acreditar na sorte.