Os polícias, os malabaristas e os palhaços


“Durante muito tempo olhei com desconfiança para as forças policiais. São os sacaninhas que no liceu nos chateiam para não começarmos a fumar, são os tipos que nas manifestações estudantis representam a força opressora do Estado e são também aqueles tipos irritantes que passam umas multas quando começamos a conduzir”


Nem sempre respeitei muito as forças de segurança. Fruto da idade e de uma muito típica necessidade de afrontar a autoridade, seja ela qual for, durante muito tempo olhei com desconfiança para as forças policiais. São os sacaninhas que no liceu nos chateiam para não começarmos a fumar, são os tipos que nas manifestações estudantis representam a força opressora do Estado e são também aqueles tipos irritantes que passam umas multas quando começamos a conduzir.

Quando entrei na faculdade de direito tive a oportunidade de conhecer muitos polícias e aí mudei de opinião. Gente humilde que quer subir na carreira e que sonha ter uma ascensão social que na profissão que escolheram é muito difícil, para não dizer praticamente impossível. 

Queixarem-se agora que estes profissionais radicalizaram a sua forma de protesto e passaram a rever-se num discurso mais radical e politicamente incorrecto é ridículo. O sistema falhou-lhes, o Estado não quis saber deles e a esquerda insistiu em ostracizar a sua luta. Sinceramente, do que estavam à espera? 

Quer queiramos quer não as forças policiais estão hoje absolutamente proletarizadas por um Estado socialista, sempre muito preocupado em aumentar os privilégios das classes profissionais afetas à esquerda e absolutamente a marimbar-se para aqueles que não embarcam no classicismo medieval do neo-comunismo urbanizado. 

Se dúvidas houvesse sobre este meu raciocínio, as mesmas foram esclarecidas aquando do comentário do assessor parlamentar do Bloco de Esquerda que disse: "a bosta da bófia". Não tendo, se bem me lembro, sido despedido do seu "emprego" ou alvo de um qualquer processo disciplinar no partido no qual é também dirigente. De facto, para a generalidade da esquerda, as forças policiais nada mais são do que – cito novamente – "bosta". É triste, mas infelizmente é este o estigma que a polícia tem que carrega aos ombros enquanto a esquerda não se comportar condignamente e voltar a olhar estas pessoas como seres humanos.

É triste de dizer, mas não deixa de ser verdade: a disparidade de tratamento do poder político face aos problemas das forças policiais, em comparação com outras classes profissionais da função pública, só existe porque os polícias e militares da GNR sempre se recusaram a entrar no cambalacho sindical controlado e manipulado pelos partidos da esquerda. Como se auto-excluíram do circo, acabaram por ser vencidos pelos malabaristas e pelos palhaços.

Os polícias, os malabaristas e os palhaços


"Durante muito tempo olhei com desconfiança para as forças policiais. São os sacaninhas que no liceu nos chateiam para não começarmos a fumar, são os tipos que nas manifestações estudantis representam a força opressora do Estado e são também aqueles tipos irritantes que passam umas multas quando começamos a conduzir"


Nem sempre respeitei muito as forças de segurança. Fruto da idade e de uma muito típica necessidade de afrontar a autoridade, seja ela qual for, durante muito tempo olhei com desconfiança para as forças policiais. São os sacaninhas que no liceu nos chateiam para não começarmos a fumar, são os tipos que nas manifestações estudantis representam a força opressora do Estado e são também aqueles tipos irritantes que passam umas multas quando começamos a conduzir.

Quando entrei na faculdade de direito tive a oportunidade de conhecer muitos polícias e aí mudei de opinião. Gente humilde que quer subir na carreira e que sonha ter uma ascensão social que na profissão que escolheram é muito difícil, para não dizer praticamente impossível. 

Queixarem-se agora que estes profissionais radicalizaram a sua forma de protesto e passaram a rever-se num discurso mais radical e politicamente incorrecto é ridículo. O sistema falhou-lhes, o Estado não quis saber deles e a esquerda insistiu em ostracizar a sua luta. Sinceramente, do que estavam à espera? 

Quer queiramos quer não as forças policiais estão hoje absolutamente proletarizadas por um Estado socialista, sempre muito preocupado em aumentar os privilégios das classes profissionais afetas à esquerda e absolutamente a marimbar-se para aqueles que não embarcam no classicismo medieval do neo-comunismo urbanizado. 

Se dúvidas houvesse sobre este meu raciocínio, as mesmas foram esclarecidas aquando do comentário do assessor parlamentar do Bloco de Esquerda que disse: "a bosta da bófia". Não tendo, se bem me lembro, sido despedido do seu "emprego" ou alvo de um qualquer processo disciplinar no partido no qual é também dirigente. De facto, para a generalidade da esquerda, as forças policiais nada mais são do que – cito novamente – "bosta". É triste, mas infelizmente é este o estigma que a polícia tem que carrega aos ombros enquanto a esquerda não se comportar condignamente e voltar a olhar estas pessoas como seres humanos.

É triste de dizer, mas não deixa de ser verdade: a disparidade de tratamento do poder político face aos problemas das forças policiais, em comparação com outras classes profissionais da função pública, só existe porque os polícias e militares da GNR sempre se recusaram a entrar no cambalacho sindical controlado e manipulado pelos partidos da esquerda. Como se auto-excluíram do circo, acabaram por ser vencidos pelos malabaristas e pelos palhaços.