A distrital do PSD de Setúbal teve ontem a certeza de que o presidente do partido não conta com Maria Luís Albuquerque nas listas. A antiga ministra das Finanças ficará fora do Parlamento contra a vontade da distrital liderada por Bruno Vitorino. E este processo está longe do fim, porque a estrutura está, por agora, paralisada e a aguardar o desfecho das listas e a realização de uma reunião da distrital, já adiada por duas vezes, por causa deste impasse.
O também deputado queria a ex-governante como número dois e, na equipa de Setúbal, o seu nome era consensual, tendo sido indicado pela concelhia de Almada. A reunião de ontem com a direção de Rio foi lida pelas estrutura como afastamento da ex-governante, ainda que a própria não quisesse ficar em número dois, a solução apontada na distrital, depois da escolha do cabeça-de-lista ter recaído no vereador de Setúbal, Nuno Carvalho.
Ora, a tensão aumentou em Setúbal por dois motivos. Primeiro, Bruno Vitorino, apurou o i, está a equacionar todos os cenários, incluindo a demissão do cargo; segundo, a distrital ainda não reuniu para receber o feedback das reuniões com a direção. De facto, esteve prevista uma reunião, adiada por duas vezes, na última semana. Mais, de acordo com informações recolhidas pelo i, só haverá reunião quando a comissão permanente do PSD clarificar o processo em Setúbal. Para já, está fechado que o número dois será Fernando Negrão.
Em número três está a ser apontado o nome de Lina Lopez, uma indicação dos TSD, a par de Fernanda Velez, do concelho da Moita. E, no quarto lugar, antecipa-se já a hipótese de ser uma figura do concelho do Seixal: Bruno Vasconcelos. Em nenhum destes casos surge o nome de Bruno Vitorino, aprovado pela concelhia do Barreiro e líder da distrital. O que significa que Vitorino pode ficar nas listas em lugar inelegível.
Acresce que há mal-estar interno e uma possível divisão na distrital, como frisaram várias fontes do PSD ao i. Ora, Setúbal não aprovou oficialmente qualquer ordenação das listas, mas tão só uma lista por ordem alfabética. Oficiosamente, houve quem apontasse que Maria Luís Albuquerque deveria ser o primeiro nome indicado, mas a decisão nunca teve o respaldo oficial. Um pormenor que pode adensar os problemas internos em Setúbal, sobretudo numa altura em que a estrutura de campanha ainda não está montada – a escassos meses das eleições legislativas.
Em Aveiro, também há quem assegure ao i que a distrital não aprovou as listas ordenadas em comissão política distrital e que estas foram enviadas por SMS ou e-mail. Porém, o presidente da distrital, Salvador Malheiro, afiançou que houve uma reunião no dia 1 de julho, tendo sido aprovada a lista por ordem alfabética, tal como pediu a direção da qual Salvador Malheiro é também vice-presidente.
Ruas ausente por falha de contacto
Na reunião com todos os cabeças-de-lista na passada segunda-feira foi notada a ausência de Fernando Ruas, o rosto principal por Viseu. O próprio explicou ao i que “não soube a tempo” do encontro e já tinha compromissos prévios. Mais, assegurou que ainda não analisou as listas, recusando qualquer braço-de-ferro. A pergunta impunha-se, porque há semanas que se ventilam no PSD eventuais problemas com a possibilidade de a direção colocar mais um nome na equipa de Viseu (além do cabeça-de-lista). E aqui vários nomes já foram apontados, incluindo o de Inês Domingos, deputada eleita pelo círculo eleitoral de Viseu, mas oriunda de Lisboa.
Hoje, a direção reúne com a distrital de Braga para fechar as listas.