O país que não gosta de dar explicações


Proprietários de sobreiros na zona de Grândola estão preocupados com o impacto que uma nova exploração mineira no litoral alentejano poderá vir a ter na região, depois de trabalhos de pesquisa já terem remexido terrenos e deixado à vista raízes de árvores que demoram décadas a ser rentáveis.


Nos últimos dias, acompanharam o i até à aldeia do Lousal, onde o encerramento de uma mina nos anos 80 votou aquela povoação ao esquecimento e onde persistem há vários anos, denunciam, cursos de água contaminados. É o exemplo que têm nas imediações e temem que o futuro não seja muito diferente. 

Souberam do potencial impacto ambiental que a exploração mineira poderá ter num conjunto de 10 mil hectares por um documento publicado no site da Agência Portuguesa do Ambiente, da autoria da empresa interessada na exploração, onde se assume que não são negligenciáveis as necessidades hídricas do projeto (quando não têm faltado alertas para o agravamento do risco de seca, no futuro, no sul do país) e a eventual possibilidade de ele poder afetar os cursos de água superficiais.

Explicações diretas à população? Dizem-nos que não houve até ao momento, apesar de já conviver com as escavadoras. Qual é o plano para mitigar eventuais efeitos negativos? Que informação foi prestada aos proprietários que estão dentro da área de concessão, aos habitantes? Até pode estar tudo a ser planeado e acautelado nos gabinetes técnicos, mas a estratégia de deixar as pessoas na ignorância é inaceitável em democracia – o vazio de informação é sempre preenchido, mais que não seja com dúvidas e medo – e continuamos a ter uma grande dificuldade em aspetos básicos como a transparência e a prestação de contas, nos mais variados campos, enquanto, para promover obra feita, a palavra está sempre pronta. Das entidades contactadas pelo i, apenas a Câmara Municipal de Alcácer do Sal respondeu, dizendo já ter exposto as suas preocupações, o que também é sintomático.


O país que não gosta de dar explicações


Proprietários de sobreiros na zona de Grândola estão preocupados com o impacto que uma nova exploração mineira no litoral alentejano poderá vir a ter na região, depois de trabalhos de pesquisa já terem remexido terrenos e deixado à vista raízes de árvores que demoram décadas a ser rentáveis.


Nos últimos dias, acompanharam o i até à aldeia do Lousal, onde o encerramento de uma mina nos anos 80 votou aquela povoação ao esquecimento e onde persistem há vários anos, denunciam, cursos de água contaminados. É o exemplo que têm nas imediações e temem que o futuro não seja muito diferente. 

Souberam do potencial impacto ambiental que a exploração mineira poderá ter num conjunto de 10 mil hectares por um documento publicado no site da Agência Portuguesa do Ambiente, da autoria da empresa interessada na exploração, onde se assume que não são negligenciáveis as necessidades hídricas do projeto (quando não têm faltado alertas para o agravamento do risco de seca, no futuro, no sul do país) e a eventual possibilidade de ele poder afetar os cursos de água superficiais.

Explicações diretas à população? Dizem-nos que não houve até ao momento, apesar de já conviver com as escavadoras. Qual é o plano para mitigar eventuais efeitos negativos? Que informação foi prestada aos proprietários que estão dentro da área de concessão, aos habitantes? Até pode estar tudo a ser planeado e acautelado nos gabinetes técnicos, mas a estratégia de deixar as pessoas na ignorância é inaceitável em democracia – o vazio de informação é sempre preenchido, mais que não seja com dúvidas e medo – e continuamos a ter uma grande dificuldade em aspetos básicos como a transparência e a prestação de contas, nos mais variados campos, enquanto, para promover obra feita, a palavra está sempre pronta. Das entidades contactadas pelo i, apenas a Câmara Municipal de Alcácer do Sal respondeu, dizendo já ter exposto as suas preocupações, o que também é sintomático.