Europeias. José Sócrates, inverdades e o “Melinho das feiras”. Começou a campanha

Europeias. José Sócrates, inverdades e o “Melinho das feiras”. Começou a campanha


Pedro Marques acusa a direita de falar de José Sócrates porque “não tem mais nada para dizer”.


A campanha oficial arrancou com uma troca de críticas entre os candidatos socialistas e do PSD. José Sócrates, um dos trunfos da direita desde que o ex-primeiro-ministro está a contas com a justiça, também não ficou de fora numa altura em que aumenta o ritmo para tentar captar votos no dia 26 de maio.

Foi o próprio Pedro Marques que, desta vez, trouxe o nome de José Sócrates para a campanha. O cabeça de lista do PS defendeu que “as coisas estão a correr mal” à direita e é por isso que recorrem ao ex-primeiro-ministro. “Quando não tem mais nada para dizer, a direita diz: ‘Sócrates’. É o habitual na direita. A direita, quando as coisas lhe estão a correr mal, diz a palavra Sócrates”, afirmou Pedro Marques, em Bragança.

O candidato socialista foi confrontado, no debate televisivo na SIC, com fotografias em que António Costa e ele próprio aparecem ao lado de José Sócrates. “Um legado trágico que se mede pelo peso da dívida e pelos sacrifícios de muitas pessoas”, afirmou Nuno Melo, que lidera a lista do CDS.  Pedro Marques foi secretário de Estado da Segurança Social  nos governos de José Sócrates entre 2005 e 2011 e fez questão de garantir que tem “um orgulho enorme” em toda a sua vida política.

O candidato socialista, que visitou a Santa Casa da Misericórdia de Bragança, defendeu que “o interior também é Portugal e as políticas devem ser desenvolvidas para todo o país e devem ser desenvolvidas, também, a favor da coesão do interior”.

Pedro Marques, num almoço com autarcas, na Guarda, garantiu que Álvaro Amaro, número cinco da lista do PSD, elogiou o seu trabalho como ministro por causa da requalificação das ferrovias da Beira Alta e Beira Baixa. “Paulo Rangel não precisa de vir cá à Guarda ou à Covilhã. Basta que telefone a Álvaro Amaro e lhe pergunte. Ele que fale com Álvaro Amaro para saber o que ele pensa do meu trabalho”. Em resposta, o ex-autarca da Guarda garantiu que se limitou a “aplaudir” que o Governo socialista não tenha revertido uma medida do Executivo liderado por Passos Coelho e considerou que “mal vai a campanha do Pedro Marques quando tem de recorrer a uma inverdade”.

O candidato socialista acusou ainda o cabeça de lista do PSD de ter “um problema com a verdade”, porque “anda há três meses na rua a falar com pessoas em todo o país”. Rangel garantiu que não vai andar “a reagir a todas as erupções de irritação” do ex-ministro socialista, mas reafirmou que “o PS resolveu fazer uma campanha que não está na rua”. 

Melinho das feiras 

À direita, os candidatos distribuíram propaganda em feiras. Paulo Rangel começou a campanha oficial em Espinho ao lado de Luís Montenegro para dar um sinal de união dentro do PSD. “Na parte em que humildemente possa contribuir, cá estarei”, disse Luís Montenegro, que se mostrou disponível para fazer campanha ao lado de Rui Rio nas eleições legislativas. 

Nuno Melo vai dedicar as manhãs de campanha a visitar feiras, porque essa é uma “longa tradição” do CDS. “Melinho das feiras? Não, não me importo, pelo contrário. Mas o original [Paulo Portas] é o melhor”, disse, citado pela Lusa, aos jornalistas, que distribui canetas e panfletos na feira de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo. O candidato garantiu que o CDS faz “boa doutrina”, porque “hoje não há ninguém” dos outros partidos que não faça campanha nas feiras. “Até o proletário BE”, acrescentou.