Bom Filho


E se na FP1, ao abrir das hostilidades, mais que aproximar-se do francês da fábrica mãe tratou de o bater na tabela dos segundos preciosos, na FP3 ofereceu-nos um 10º lugar de babar e olhar à santa agradecido, na FP4 foi o menino mais lindo das KTM deixando para trás o ídolo de toda uma…


A casa torna. Diz o ditado e diz-nos tantas vezes a vida.

Este foi o domingo, o tal domingo esperado ansiosamente desde que a notícia da chegada do Falcão ao MotoGP nos entrou casa, alma e coração adentro.

Não foi apenas outro dia 10 calhando a um mês de Março ao acaso.

Foi o tal e pronto, todos sabemos porquê.

Calendário fora fomos esperando à janela, talvez no sofá, um pouco também nos nossos escritórios, no trânsito e em tanto dia-a-dia, fomos riscando os dias, as manhãs e tardes cheias de minutos até àquelas dezassete horas que no Qatar, mais precisamente em Losail, nos trouxeram o mais esperado cavaleiro do asfalto que alguma vez Dom Afonso Henriques poderia ter concebido ter por descendente quando em 1139 rei se fez e decidiu que isto não era tudo para os espanhóis.

E ali pela fresca de sexta-feira dia oito, já se foi levantando a pessoa com um bicho carpinteiro pequerrucho mas com tendência a engordar, sabendo que pouco mais de meia hora após tocar o sino da igreja, a sirene dos bombeiros e outras tradições sonoras por volta do meio do dia, chegaria a hora de se benzer, de vestir a tshirt da sorte, atar os sapatos com preceito e rigor de premonições positivas. Chegaria o momento de ser fã do MotoGP, com piloto ao vivo e a cores,  para nós quase um familiar,  amigo chegado, vizinho ou mais que se conceba.

E se na FP1, ao abrir das hostilidades, mais que aproximar-se do francês da fábrica mãe tratou de o bater na tabela dos segundos preciosos, na FP3 ofereceu-nos um 10º lugar de babar e olhar à santa agradecido, na FP4 foi o menino mais lindo das KTM deixando para trás o ídolo de toda uma vida, o senhor Valentino. E para terminar numa Q1 onde se classificou ali mesmo a meio da lista, uma vez mais demonstrando perceber cada vez melhor os segredos desta nova conjugação cavalar que lhe puseram nas mãos. E de novo sem se esquecer de ‘ frapper le français’.

Domingo, passadas estas questões de FP’s e Q1, domingo era o dia de a casa tornar o bom filho.

E sabendo que o dito popular ninguém contesta, perguntar-se-ão como pode alguém tornar se afinal era a primeira vez por aquelas bandas..

Era sim. E não era não.

Já houvera aquele momento na cabeça de um menino, num dia que hoje nos parece lá bem longe. Houvera e tal afiançara como desejo seu.

Recordemos, sendo justos, o que viria depois:

Foi Mahindra, Leopard, foi laranja da KTM

Foram mil as curvas, perseguindo este dia

Quem tanto querendo assim tão pouco teme

Assim desenhando um oitenta e oito de magia

E às 17h00 por estas bandas lusas, mais não seriam, apagaram-se as luzes encarnadas e o nosso Falcão por ali foi, por ali arrancou voando e se manteve por entre algumas trutas, de perto seguiu durante algumas voltas aquele Valentino que um dia idolatrou, seguiu com Iannone também, batalharam trajetórias, passou, foi ultrapassado, passou de novo, e mais vieram, foi Pol e foi Zarco, andou na frente de Lorenzo, defendeu décimas de vantagem como pôde,  e apenas com a praia à vista lhe faltou remo no barco que o poderia ter mantido em mar de pescar e amealhar pontos, que é como quem diz que deu à sua KTM Tech 3 digna e bem tratada dança em baile de debutante.

Em casa de todos e cada um de nós, do que aqui vos escreve e daquele que me lê, nas bancadas, em esplanadas, cafés, quiosques e quejandos onde caiba um aparelho de TV, torceu-se e vibrou-se a trezentos e muitos à hora, ninguém ficou triste se desta vez a luta foi lá mais para trás, que nos desculpem Marc e Andrea se em fim de tarde menos se terá vibrado em sua tão renhida peleja, e se ela foi de truz e por centésimas, que saibam eles perdoar-nos mas hoje os nossos olhos tinham destino, apenas viam aquela menina de cor azulada e anéis laranja que trazia o nosso cavaleiro andante, melhor, o nosso cavaleiro voante, a quem um dia e em breve iremos agradecer a maravilhosa sensação de vermos o seu nome bem mais acima, certamente amealhando os primeiros pontos de uma carreira que tem tudo para ser enorme.

E nesse dia, nesse domingo, recordaremos este que ora passou.

Quando o bom filho, a casa tornou.

Bem-vindo sejas Miguel.


Bom Filho


E se na FP1, ao abrir das hostilidades, mais que aproximar-se do francês da fábrica mãe tratou de o bater na tabela dos segundos preciosos, na FP3 ofereceu-nos um 10º lugar de babar e olhar à santa agradecido, na FP4 foi o menino mais lindo das KTM deixando para trás o ídolo de toda uma…


A casa torna. Diz o ditado e diz-nos tantas vezes a vida.

Este foi o domingo, o tal domingo esperado ansiosamente desde que a notícia da chegada do Falcão ao MotoGP nos entrou casa, alma e coração adentro.

Não foi apenas outro dia 10 calhando a um mês de Março ao acaso.

Foi o tal e pronto, todos sabemos porquê.

Calendário fora fomos esperando à janela, talvez no sofá, um pouco também nos nossos escritórios, no trânsito e em tanto dia-a-dia, fomos riscando os dias, as manhãs e tardes cheias de minutos até àquelas dezassete horas que no Qatar, mais precisamente em Losail, nos trouxeram o mais esperado cavaleiro do asfalto que alguma vez Dom Afonso Henriques poderia ter concebido ter por descendente quando em 1139 rei se fez e decidiu que isto não era tudo para os espanhóis.

E ali pela fresca de sexta-feira dia oito, já se foi levantando a pessoa com um bicho carpinteiro pequerrucho mas com tendência a engordar, sabendo que pouco mais de meia hora após tocar o sino da igreja, a sirene dos bombeiros e outras tradições sonoras por volta do meio do dia, chegaria a hora de se benzer, de vestir a tshirt da sorte, atar os sapatos com preceito e rigor de premonições positivas. Chegaria o momento de ser fã do MotoGP, com piloto ao vivo e a cores,  para nós quase um familiar,  amigo chegado, vizinho ou mais que se conceba.

E se na FP1, ao abrir das hostilidades, mais que aproximar-se do francês da fábrica mãe tratou de o bater na tabela dos segundos preciosos, na FP3 ofereceu-nos um 10º lugar de babar e olhar à santa agradecido, na FP4 foi o menino mais lindo das KTM deixando para trás o ídolo de toda uma vida, o senhor Valentino. E para terminar numa Q1 onde se classificou ali mesmo a meio da lista, uma vez mais demonstrando perceber cada vez melhor os segredos desta nova conjugação cavalar que lhe puseram nas mãos. E de novo sem se esquecer de ‘ frapper le français’.

Domingo, passadas estas questões de FP’s e Q1, domingo era o dia de a casa tornar o bom filho.

E sabendo que o dito popular ninguém contesta, perguntar-se-ão como pode alguém tornar se afinal era a primeira vez por aquelas bandas..

Era sim. E não era não.

Já houvera aquele momento na cabeça de um menino, num dia que hoje nos parece lá bem longe. Houvera e tal afiançara como desejo seu.

Recordemos, sendo justos, o que viria depois:

Foi Mahindra, Leopard, foi laranja da KTM

Foram mil as curvas, perseguindo este dia

Quem tanto querendo assim tão pouco teme

Assim desenhando um oitenta e oito de magia

E às 17h00 por estas bandas lusas, mais não seriam, apagaram-se as luzes encarnadas e o nosso Falcão por ali foi, por ali arrancou voando e se manteve por entre algumas trutas, de perto seguiu durante algumas voltas aquele Valentino que um dia idolatrou, seguiu com Iannone também, batalharam trajetórias, passou, foi ultrapassado, passou de novo, e mais vieram, foi Pol e foi Zarco, andou na frente de Lorenzo, defendeu décimas de vantagem como pôde,  e apenas com a praia à vista lhe faltou remo no barco que o poderia ter mantido em mar de pescar e amealhar pontos, que é como quem diz que deu à sua KTM Tech 3 digna e bem tratada dança em baile de debutante.

Em casa de todos e cada um de nós, do que aqui vos escreve e daquele que me lê, nas bancadas, em esplanadas, cafés, quiosques e quejandos onde caiba um aparelho de TV, torceu-se e vibrou-se a trezentos e muitos à hora, ninguém ficou triste se desta vez a luta foi lá mais para trás, que nos desculpem Marc e Andrea se em fim de tarde menos se terá vibrado em sua tão renhida peleja, e se ela foi de truz e por centésimas, que saibam eles perdoar-nos mas hoje os nossos olhos tinham destino, apenas viam aquela menina de cor azulada e anéis laranja que trazia o nosso cavaleiro andante, melhor, o nosso cavaleiro voante, a quem um dia e em breve iremos agradecer a maravilhosa sensação de vermos o seu nome bem mais acima, certamente amealhando os primeiros pontos de uma carreira que tem tudo para ser enorme.

E nesse dia, nesse domingo, recordaremos este que ora passou.

Quando o bom filho, a casa tornou.

Bem-vindo sejas Miguel.