Erdogan executou Darwin e Portugal nem piou


Erdogan é, hoje, o senhor absoluto da Turquia e manda para os calabouços todos os que não se ajoelham perante ele e perante “Alláh”. São muitos os opositores e jornalistas, grandes repórteres e deputados reduzidos ao silêncio nos calabouços turcos


Há cerca de ano e meio, o presidente-ditador da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou e mandou executar nas escolas turcas o cadáver de Charles Darwin (1809-1882) e nós nem sequer demos por isso. Nem o nosso diligente ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos “Suslov” Silva, que bem nos podia ter informado se estivesse atento, mas pelos vistos ignorou e não se indignou! Que diabo, a Turquia faz parte da NATO e Portugal também, pois claro!

Mas a verdade é que vários órgãos de informação estrangeiros noticiaram, em meados de 2017, que a Turquia desistira de evoluir quando os “pedagogos” que aconselham Erdogan PR pronunciaram um veredicto, que mais se assemelha a uma fatwa, sobre o conteúdo dos programas escolares turcos. A saber: a teoria da evolução das espécies, formulada por Charles Darwin em 1859 (“Da Origem das Espécies”), na qual se baseiam todas as investigações científicas e biológicas modernas, deixa de ser ensinada e nem será mencionada nos colégios e liceus. Um dos responsáveis pelos programas no Ministério da Educação Nacional turco explicou: “Decidimos excluir temas controversos para os estudantes que não estão em idade de os compreender.” Isto é, na primária e no secundário.

Os “pedagogos” turcos fanáticos do Corão consideram mais fácil os jovens turcos deleitarem-se com uma crença certamente mais simples para todos os “beatos” do planeta: “Deus (Alláh) criou o homem à sua imagem e semelhança há dez mil anos.” E toca a andar, nada de bocas foleiras, não há discussão possível. Antes o “criacionismo”, termo pseudocientífico que serve para qualificar as crenças que desqualificam a ciência, e que está na moda, tanto entre os fanáticos da Bíblia, designadamente nos EUA, como entre os fanáticos do Corão. É um espectacular recuo de um país que continua a ser candidato à entrada na União Europeia e que, ao proibir Darwin, transforma o dogma religioso num pilar do seu sistema educativo. Tal como na cruel monarquia medieval da Arábia Saudita!

Já em 2011, os Repórteres sem Fronteiras manifestavam a sua inquietação pelo facto de serem sistematicamente bloqueados os sites da internet consagrados à teoria da evolução das espécies. E de ano para ano, desde então para cá, era cada vez mais intenso o confronto na Turquia entre os apoiantes do partido no poder, o AKP, mergulhados numa devoção excessiva e ridícula, e a oposição laica, herdeira da corrente racionalista introduzida por Mustafá Kemal, Atatürk (1881-1938), que era grande leitor de Voltaire e de Montesquieu. O problema é que, para todos os islamistas que chegaram ao poder em vários países, a educação é desafio crucial. Tal como sucedeu, por exemplo, na Tunísia com o partido islâmico Ennahda, antes de ser afastado do poder, e que já passou de radical a democrático.

O Estado turco detém o essencial das prerrogativas em matéria de educação – explica-nos Dorothée Schmidt no seu livro “A Turquia em cem perguntas”.
E Recep Tayyip Erdogan manifestou claramente o seu desejo de formar gerações “piedosas”. Além disso, os pais estão autorizados a ensinar os filhos em casa após os quatro anos de ensino primário, o que causa grande inquietação em relação à escolarização das raparigas no meio rural – salienta Dorothée Schmidt.

Erdogan é, hoje, o senhor absoluto da Turquia e manda para os calabouços todos os que não se ajoelham perante ele e perante “Alláh”. São muitos os opositores e jornalistas, grandes repórteres e deputados reduzidos ao silêncio nos calabouços turcos. São já milhares os professores destituídos do ensino, e é o próprio Erdogan que se arroga o direito de nomear os reitores das universidades. Com a proibição de ensinar a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin, é a própria noção de questionamento permanente e de investigação científica que é censurada. Na Turquia ditatorial e islâmica – membro da NATO e “parceira de armas” do Portugal bélico –, o objectivo é controlar os cérebros desde a mais tenra idade.

E é sensivelmente isto mesmo que se passa na República Popular da China e na Coreia do Norte, duas ditaduras comunistas degeneradas que subjugam milhões de seres humanos e se tornaram intocáveis graças às bombas nucleares de que dispõem. Tal como o que se passa nessa monarquia medieval, cruel e sanguinária que vigora na Arábia Saudita e que, há bem pouco tempo, mandou assassinar e cortar às postas um súbdito seu, num consulado seu na Turquia, por se tratar dum jornalista incómodo no exílio, correspondente do jornal “Washington Post”. Mas o reino da Arábia Saudita, que está ainda mais podre do que o da Dinamarca, é só, meus senhores, um multimilionário comprador de armas ao seu grande protector, os EUA, e também é – há que dizê-lo com toda a frontalidade – um abjecto esteio das democracias ocidentais (risos) num Médio Oriente a ferro e fogo.

E então?, perguntar-me-ão. E então, Portugal nem piou! Este país que ousa não reconhecer as “eleições democráticas” já efectuadas na Venezuela é o mesmo país que se está completamente nas tintas para as “eleições democráticas” que nunca se efectuaram nas repúblicas populares da China e da Coreia do Norte, ou no Reino da Arábia Saudita. Marcelo PR, Costa PM e Santos “Suslov” Silva MNE estão-se marimbando. Só fazem o que lhes manda fazer esse bando de idiotas cujos vértices são o Trump, o Juncker, o Stoltenberg e “tutti quanti”!

 

Escreve sem adopção das regras do acordo ortográfico de 1990


Erdogan executou Darwin e Portugal nem piou


Erdogan é, hoje, o senhor absoluto da Turquia e manda para os calabouços todos os que não se ajoelham perante ele e perante “Alláh”. São muitos os opositores e jornalistas, grandes repórteres e deputados reduzidos ao silêncio nos calabouços turcos


Há cerca de ano e meio, o presidente-ditador da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou e mandou executar nas escolas turcas o cadáver de Charles Darwin (1809-1882) e nós nem sequer demos por isso. Nem o nosso diligente ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos “Suslov” Silva, que bem nos podia ter informado se estivesse atento, mas pelos vistos ignorou e não se indignou! Que diabo, a Turquia faz parte da NATO e Portugal também, pois claro!

Mas a verdade é que vários órgãos de informação estrangeiros noticiaram, em meados de 2017, que a Turquia desistira de evoluir quando os “pedagogos” que aconselham Erdogan PR pronunciaram um veredicto, que mais se assemelha a uma fatwa, sobre o conteúdo dos programas escolares turcos. A saber: a teoria da evolução das espécies, formulada por Charles Darwin em 1859 (“Da Origem das Espécies”), na qual se baseiam todas as investigações científicas e biológicas modernas, deixa de ser ensinada e nem será mencionada nos colégios e liceus. Um dos responsáveis pelos programas no Ministério da Educação Nacional turco explicou: “Decidimos excluir temas controversos para os estudantes que não estão em idade de os compreender.” Isto é, na primária e no secundário.

Os “pedagogos” turcos fanáticos do Corão consideram mais fácil os jovens turcos deleitarem-se com uma crença certamente mais simples para todos os “beatos” do planeta: “Deus (Alláh) criou o homem à sua imagem e semelhança há dez mil anos.” E toca a andar, nada de bocas foleiras, não há discussão possível. Antes o “criacionismo”, termo pseudocientífico que serve para qualificar as crenças que desqualificam a ciência, e que está na moda, tanto entre os fanáticos da Bíblia, designadamente nos EUA, como entre os fanáticos do Corão. É um espectacular recuo de um país que continua a ser candidato à entrada na União Europeia e que, ao proibir Darwin, transforma o dogma religioso num pilar do seu sistema educativo. Tal como na cruel monarquia medieval da Arábia Saudita!

Já em 2011, os Repórteres sem Fronteiras manifestavam a sua inquietação pelo facto de serem sistematicamente bloqueados os sites da internet consagrados à teoria da evolução das espécies. E de ano para ano, desde então para cá, era cada vez mais intenso o confronto na Turquia entre os apoiantes do partido no poder, o AKP, mergulhados numa devoção excessiva e ridícula, e a oposição laica, herdeira da corrente racionalista introduzida por Mustafá Kemal, Atatürk (1881-1938), que era grande leitor de Voltaire e de Montesquieu. O problema é que, para todos os islamistas que chegaram ao poder em vários países, a educação é desafio crucial. Tal como sucedeu, por exemplo, na Tunísia com o partido islâmico Ennahda, antes de ser afastado do poder, e que já passou de radical a democrático.

O Estado turco detém o essencial das prerrogativas em matéria de educação – explica-nos Dorothée Schmidt no seu livro “A Turquia em cem perguntas”.
E Recep Tayyip Erdogan manifestou claramente o seu desejo de formar gerações “piedosas”. Além disso, os pais estão autorizados a ensinar os filhos em casa após os quatro anos de ensino primário, o que causa grande inquietação em relação à escolarização das raparigas no meio rural – salienta Dorothée Schmidt.

Erdogan é, hoje, o senhor absoluto da Turquia e manda para os calabouços todos os que não se ajoelham perante ele e perante “Alláh”. São muitos os opositores e jornalistas, grandes repórteres e deputados reduzidos ao silêncio nos calabouços turcos. São já milhares os professores destituídos do ensino, e é o próprio Erdogan que se arroga o direito de nomear os reitores das universidades. Com a proibição de ensinar a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin, é a própria noção de questionamento permanente e de investigação científica que é censurada. Na Turquia ditatorial e islâmica – membro da NATO e “parceira de armas” do Portugal bélico –, o objectivo é controlar os cérebros desde a mais tenra idade.

E é sensivelmente isto mesmo que se passa na República Popular da China e na Coreia do Norte, duas ditaduras comunistas degeneradas que subjugam milhões de seres humanos e se tornaram intocáveis graças às bombas nucleares de que dispõem. Tal como o que se passa nessa monarquia medieval, cruel e sanguinária que vigora na Arábia Saudita e que, há bem pouco tempo, mandou assassinar e cortar às postas um súbdito seu, num consulado seu na Turquia, por se tratar dum jornalista incómodo no exílio, correspondente do jornal “Washington Post”. Mas o reino da Arábia Saudita, que está ainda mais podre do que o da Dinamarca, é só, meus senhores, um multimilionário comprador de armas ao seu grande protector, os EUA, e também é – há que dizê-lo com toda a frontalidade – um abjecto esteio das democracias ocidentais (risos) num Médio Oriente a ferro e fogo.

E então?, perguntar-me-ão. E então, Portugal nem piou! Este país que ousa não reconhecer as “eleições democráticas” já efectuadas na Venezuela é o mesmo país que se está completamente nas tintas para as “eleições democráticas” que nunca se efectuaram nas repúblicas populares da China e da Coreia do Norte, ou no Reino da Arábia Saudita. Marcelo PR, Costa PM e Santos “Suslov” Silva MNE estão-se marimbando. Só fazem o que lhes manda fazer esse bando de idiotas cujos vértices são o Trump, o Juncker, o Stoltenberg e “tutti quanti”!

 

Escreve sem adopção das regras do acordo ortográfico de 1990