Tempo de homenagear e de investigar


A morte de quatro elementos das equipas de emergência médica do INEM deixa um vazio nas famílias, amigos e colegas e deixa o país consternado pela forma trágica como partiram


A morte de quatro elementos das equipas de emergência médica do INEM deixa um vazio nas famílias, amigos e colegas e deixa o país consternado pela forma trágica como partiram. Hoje vai a enterrar Daniela Silva, enfermeira de 34 anos, lembrada pelos que lhe eram próximos como uma pessoa com carisma, altruísta. Bombeira desde os 14 anos, teve uma vida de serviço – maneira de estar que partilhava com os colegas e que é a de muitos que têm profissões onde o outro está em primeiro lugar, uma vida com sacrifício pessoal, sem muitos planos, de capacidade de resistência à tensão dos momentos críticos. Dos que dão o seu melhor “para que outros vivam”, lema da Força Aérea evocado nos últimos dias e que se torna arrepiante em momentos destes. O tempo é de despedida e de investigar o que terá corrido mal nas primeiras horas, em que não foram ativados todos os meios de socorro e resgate, com várias entidades a apresentarem versões diferentes do que sabiam e não sabiam – o que revela, mais uma vez in extremis, um país mal coordenado. Mas há outra dúvida que permanece. Na noite de sábado havia relatos de populares que testemunharam um estrondo e avistaram o aparelho, o helicóptero estava desaparecido dos radares e um desfecho fatal era talvez provável, mas era preciso esperar. Esperar que as autoridades ou batedores civis encontrassem destroços e localizassem as vítimas. A CMTV, que chegou a dar como certas as quatro mortes, corrigiu para desaparecidos. A RTP manteve a notícia: “A RTP sabe que não há sobreviventes após a queda de um helicóptero do INEM”, lia-se e pode ler-se ainda na notícia atualizada na madrugada de domingo, com a estação pública a manter que soube que não havia sobreviventes antes de haver uma confirmação oficial. Se há ainda muito por esclarecer em torno do acidente de Valongo, esta é uma das dúvidas: houve certezas mais cedo? Se tiver sido apenas uma antecipação, como até ao momento sugere o desenrolar dos acontecimentos, valeu de quê? 

 

Tempo de homenagear e de investigar


A morte de quatro elementos das equipas de emergência médica do INEM deixa um vazio nas famílias, amigos e colegas e deixa o país consternado pela forma trágica como partiram


A morte de quatro elementos das equipas de emergência médica do INEM deixa um vazio nas famílias, amigos e colegas e deixa o país consternado pela forma trágica como partiram. Hoje vai a enterrar Daniela Silva, enfermeira de 34 anos, lembrada pelos que lhe eram próximos como uma pessoa com carisma, altruísta. Bombeira desde os 14 anos, teve uma vida de serviço – maneira de estar que partilhava com os colegas e que é a de muitos que têm profissões onde o outro está em primeiro lugar, uma vida com sacrifício pessoal, sem muitos planos, de capacidade de resistência à tensão dos momentos críticos. Dos que dão o seu melhor “para que outros vivam”, lema da Força Aérea evocado nos últimos dias e que se torna arrepiante em momentos destes. O tempo é de despedida e de investigar o que terá corrido mal nas primeiras horas, em que não foram ativados todos os meios de socorro e resgate, com várias entidades a apresentarem versões diferentes do que sabiam e não sabiam – o que revela, mais uma vez in extremis, um país mal coordenado. Mas há outra dúvida que permanece. Na noite de sábado havia relatos de populares que testemunharam um estrondo e avistaram o aparelho, o helicóptero estava desaparecido dos radares e um desfecho fatal era talvez provável, mas era preciso esperar. Esperar que as autoridades ou batedores civis encontrassem destroços e localizassem as vítimas. A CMTV, que chegou a dar como certas as quatro mortes, corrigiu para desaparecidos. A RTP manteve a notícia: “A RTP sabe que não há sobreviventes após a queda de um helicóptero do INEM”, lia-se e pode ler-se ainda na notícia atualizada na madrugada de domingo, com a estação pública a manter que soube que não havia sobreviventes antes de haver uma confirmação oficial. Se há ainda muito por esclarecer em torno do acidente de Valongo, esta é uma das dúvidas: houve certezas mais cedo? Se tiver sido apenas uma antecipação, como até ao momento sugere o desenrolar dos acontecimentos, valeu de quê?