Projetos tecnológicos concorrem para prémio de 50 mil euros

Projetos tecnológicos concorrem para prémio de 50 mil euros


O vencedor do prémio da Altice ainda não foi revelado, mas alguns finalistas afirmaram que ter chegado à final já é uma vitória


“O meu interesse na participação deste prémio reside em ajudar no reconhecimento e divulgação do desenvolvimento tecnológico existente em Portugal, que muitas vezes passa injustamente despercebido”. Quem o diz é Vanessa Cunha, uma das seis finalistas dos prémios Altice International Innovation Award, com o projeto “Towards 5G: Tb/s speed Telecom Payloads”. 

Os prémios, atribuídos pela Altice Portugal, destinam-se a startups em fase de incubação e a finalistas de mestrado ou doutoramento, categoria academia, com o objetivo de promover a inovação, o empreendedorismo e o talento tecnológico.

A operadora recebeu mais de 80 inscrições de projetos de Portugal, França e Israel, todos com propostas que incidem em categorias como telecomunicações, media e conteúdo ou dados e publicidade, mas são apenas 9 os projetos com presença marcada na final que acontece dia 10 de outubro.

Na cerimónia de entrega das distinções, será também entregue o prémio BfK.

Seis dos finalistas incluem-se na categoria de Startup, três portugueses e três franceses, e três na categoria academia. 

As ideias apresentadas pretendem resolver um problema específico ou melhorar algo que possam considerar não ser sustentável ou viável.

Olga Savchuk, finalista na categoria academia, com o projeto ‘Machine for Grid’, explica ao i que pretende não só desenvolver um bom serviço de energia, mas também reduzir os custos de manutenção dos mesmos: “Precisamos de garantir que a rede elétrica continua a fornecer serviços de alta qualidade. Sem interrupções e aparelhos queimados”, diz ao i. 

Já José Toscano, CEO da startup mov.e e finalista na categoria startup, está a desenvolver um projeto que visa “oferecer à sociedade uma solução de carregamento de carros eléctricos coletiva” para resolver três dos problemas associados a este tipo de automóveis, “o stress na autonomia (Range Anxiety), o trauma derivado pelo tempo de carregamento (Charging time trauma) e o pagamento pelo consumo ( Pay to Charge)”.

Wendy Van Leeuwen quer revolucionar os passeios turísticos e fazer com que o turista se sinta dentro de um jogo: “Os jogadores resolvem um rastro de enigmas. Ao longo da rota, desbloqueiam histórias e recomendações locais. Os jogos são autoguiados, instantaneamente reservados, fora do caminho comum e lúdicos”. Este projeto tem o nome de Secret City Trails.

Já Vanessa Cunha chegou à final com um projeto que tem como objetivo acabar com o gap digital e “fazer chegar internet a vários sítios do mundo”.

O resultado só será conhecido esta quarta-feira, mas estar entre os finalistas já é uma vitória para os empreendedores que olham para este concurso como um forma de “validação do mercado, parceiros estratégicos e suporte financeiro”, explica José Toscano. Uma ideia apoiada pelos restantes finalistas. “Além disso, esta oportunidade fornece acesso a uma forte rede de potenciais colaboradores”, defende Olga Savchuk, finalista de mestrado em Ciências da Energia e do Ambiente, que vê neste tipo de competição “uma oportunidade de obter uma avaliação não académica dos meu esforço” e destaca “a inovação tecnológica que pode ser menos visível aos olhos do público”.

Para a representante da Secret City Trails, este concurso possibilita também o aumento de parcerias “que podem ajudar a crescer a empresa” e confessa que “o trabalho em rede e o potencial de financiamento de doações são um bónus”.

No entanto, todos eles esperam vencer e já têm planos para o que vão fazer se tal acontecer.

“O desejo é traduzir o trabalho de pesquisa numa empresa prestadora de serviços. Vencer no Altice Innovation Awards oferece um excelente terreno de plantio para uma empresa emergente”, diz Olga Savchuk ao i.

O mesmo acontece com Vanessa Duarte, “reunir-me com os meus orientadores e vermos qual o caminho a seguir com o networking que temos feito ao longo destes anos”, ambas com projetos de categoria academia. 

No que diz respeito às startups, Wendy Van Leeuwen diz que irá utilizar o prémio “para adquirir mais clientes e desenvolver nossa tecnologia” e José Toscano afirmou que, quer vença ou não, irá avançar com o projeto-piloto no inicio do próximo ano juntamente com os parceiros e “provar que a solução permite a uma pessoa viajar 100% Elétrico, na região de Lisboa, ao longo de 80 km utilizando a infraestrutura elétrica existente e a um custo altamente competitivo carregando nos locais convenientes.

Para ganhar, estas ideias têm de se destacar pela criatividade, modelo de negócio, potencial de crescimento e impacto na sociedade. 

“O que nos distingue é, em primeiro lugar, a nossa experiência profissional com mais de 35 anos” e “o facto de nós podermos vir a criar para Altice um volume de mercado muito significativo já que o negócio da mov.e assenta em protocolo de telecomunicações avançados com um volume significativo”, afirma José Toscano como fator diferenciador de todos os outros projetos. Já Olga acredita que o Machine for Grid é essencial para “enfrentar os desafios da rede elétrica”, “melhorar o atendimento ao cliente”, “fornecer preços de eletricidade mais adequados e justos e planejar a infraestrutura no longo prazo”. 

Já a responsável pela Secret City Trails acredita que a autenticidade e a prática são as palavras-chave do seu projeto.

 

“Maior prémio pecuniário alguma vez atribuído, em Portugal, na área da inovação”, diz a Altice

“A promoção do Altice International Innovation Award representa a capacidade de colocar ao serviço da sociedade um legado incontornável de conhecimento, infraestruturas, plataformas, soluções e parcerias já consolidadas que podem incluir a tecnologia e o valor das entidades premiadas” explica Alcino Lavrador, diretor da Altice Labs. 

Os Altice International Innovation Award vão premiar um projeto na categoria startup e um de academia e “consiste no maior prémio pecuniário alguma vez atribuído em Portugal na área da inovação”. 

 “A Altice Labs, [centro de inovação do grupo Altice que trabalha com cerca de 750 engenheiros e investigadores] terá também um papel na mentoria e monitorização na integração dos vencedores nos diferentes contextos organizacionais no Grupo Altice e no mercado global, podendo criar valor no seu portefólio de produtos e soluções com a integração dos projetos premiados”. É esta a responsabilidade do Altice Labs que se posiciona como autor e dinamizador destes prémios, e pivot fundamental na “agregação de todos os agentes necessários e fundamentais para o ecossistema de inovação: universo corporativo, novos negócios, como as startups, e academia”, refere Alcino Lavrador.

Este concurso estendeu-se a projetos nacionais, franceses e israelitas, algo importante para divulgar o que “de bom se faz em Portugal” e que “traduz, por um lado, uma forte capacidade de internacionalização e de gerar sinergias entre vários ativos do Grupo e, por outro lado, valida, aplaude e promover o desenvolvimento do talento recrutado num contexto mais abrangente, global e agregador de saberes, competências e recursos”, explicou o presidente da Altice Labs.

O projeto Startup vencedor terá direito a um prémio de 50.000 euros e a possibilidade de concretizar um projeto-piloto que consiste na “exposição do projeto vencedor ao ecossistema Altice de modo a apoiar e testar a sua evolução técnica e comercial”.

Já no que diz respeito aos prémios Academy, que premeia alunos finalistas de mestrado e doutoramento, os vencedores terão direito a um prémio de 25.000 euros. 

“ É essencial promover cenários de adequação dos alunos ao mercado de trabalho e capacitar as empresas para melhor receber o talento e adapta-lo às necessidades e aos desafios do mundo empresarial”, disse Alcino Lavrador. 

Dia 10 de outubro serão conhecidos os vencedores entre as 6 startups finalistas e os 3 da categoria academia.

Os premiados estão sob a avaliação conjunta entre o Grande Júri constituído por pessoas-chave do Grupo Altice, personalidades relevantes do sistema de pesquisa e inovação e o Comité de Avaliação e Monitoramento “cuja principal função é garantir o bom funcionamento da AIIA, bem como validar e avaliar todas as solicitações apresentadas, será constituído por membros da Altice Labs (Portugal), da SFR (França) e da HOT (Israel)”, conforme explicado nas normas do Altice Innovation Awards. 

Alcino Lavrador explica ao i que os seis finalistas forma escolhidos “por terem demonstrado que conseguem aliar um elevado grau de criatividade e inovação a um bom modelo de negócio, que potencia o seu crescimento e a sua sustentabilidade”, e deixa clara a importância deste tipo de iniciativas para o grupo Altice.

“É importante para o Grupo Altice estar aliado a projetos que oferecem propostas de valor únicas e com forte progresso face ao estado da arte pois permite-lhe, por um lado, reforçar o compromisso com a sociedade e sua evolução e, por outro lado, com os clientes, entregando-lhes soluções avançadas e distintivas face à concorrência”.