Igreja Católica rejeita reportar confissões de abusos sexuais de menores

Igreja Católica rejeita reportar confissões de abusos sexuais de menores


A proposta foi apresentada depois da realização, ao longo de cinco anos, de vários inquéritos. A conclusão foi de que milhares de menores tinham sofrido abusos dentro de instituições


A Igreja Católica australiana rejeitou, esta sexta-feira, formalmente a proposta do governo de os padres começarem a reportar confissões de menores sobre casos de abusos sexuais. A proposta foi feita após terem sido realizados vários inquéritos ao longo de cinco anos, e que chegaram à conclusão de que milhares de menores tinham sofrido de abusos dentro de instituições. A Igreja Católica era a que apresentava o maior número de vítimas.

A Conferência de Bispos Católicos australianos respondeu a esta medida do governo como sendo “o contrário do que a nossa fé representa, acabando por se tornar uma ameaça à liberdade religiosa”. “Estamos empenhados em salvaguardar as nossas crianças e os mais vulneráveis, mantendo o nosso pacto”, escreveram os Bispos num comunicado enviado ao governo.

Os comissários do governo avançam que, caso os membros da Igreja tenham conhecimento sobre estes abusos e não os reportem, devem ser julgados e condenados.

O inquérito durou até dezembro de 2017 e foram ouvidos mais de 8.000 testemunhos sobre abusos em Igrejas, escolas e clubes desportivos. Membros da Igreja e professores foram, na maioria dos casos, os abusadores.

O governo australiano diz tratar-se de “uma tragédia nacional” e, por isso, vai começar a trabalhar num esquema para compensar as vítimas. No dia 22 de outubro vai fazer-se um pedido de desculpas a nível nacional a todas as vítimas.