As noites do Algarve a “queimar pneu”


Este não está a ser decididamente um ano bom para o Algarve independentemente de alguns espaços de diversão noturna poderem eventualmente atingir os seus objetivos económicos. 


O Verão chegou tarde o que afastou uma franja de público mais cosmopolita que optou por outras paragens, notando-se as semanas mais fracas e um maior fluxo condensado aos fins de semana. Além disso, 2018 não trouxe grandes novidades. Os mesmos espaços com a agravante do T Clube ter desaparecido, embora o Praia na Villa consiga suprir as necessidades desse público português mais velho e refinado.

Foi aliás neste espaço de Vilamoura que se viveram as únicas noites sofisticadas. Com um ambiente familiar, mas selecionado, e um serviço de qualidade , uma aposta musical que vai dos grandes clássicos da house music a outro tipo de sonoridades mais kitsch, e um restaurante onde se continua a comer bem, num estilo de espaço intimista e bem decorado. Um estilo de noite muito em voga na Europa em que se janta no mesmo sítio onde se dança, num horário que permite fazer praia no dia seguinte. Por ali damos por bem empregue o tempo dispensado. É o sítio de eleição dum público conhecedor e evoluído.

O Soul (antigo No Solo) junto ao Cais de Vilamoura também aposta num serviço aprumado e continua a manter o registo sólido a que nos habituou nos últimos anos. Tudo o resto precisa urgentemente de melhorar em vários aspectos. Desde a programação ao serviço, passando pelas casas de banho que em alguns sítios chega a ser deplorável. A aposta é num público muito jovem, jogando vários no mesmo campeonato. Continua a não se dar importância aos milhares de turistas vindos de fora todos os anos. A programação é muito pensada para consumo interno, alicerçada naquilo que os promotores conseguem atrair e não tanto pela qualidade e diferenciação.

É por isso uma noite cada vez mais afastada dos grandes palcos internacionais sendo por isso normal não ser sequer equacionada nos roteiros das grandes festas europeias. Clubes como a Casa do Castelo, o Klub, a Locomia o Sasha ou o Capítulo (só para enumerar alguns) deixaram saudades e vemos como consequência disso o entretenimento cada vez mais espartilhado entre três ruas de Vilamoura enquanto o resto da nossa costa fica à míngua. Na Quinta do Lago não há um único espaço que atraia o imenso dinheiro que por ali circula. Portimão saiu do mapa, Albufeira é cada vez mais de terceira liga e é cada vez mais raro vermos por cá os grandes nomes que fazem as delícias dos noctívagos. É também por isso cada vez mais natural que as festas se reduzam à última semana de julho e às três de agosto. Sem despertar a curiosidade de quem escolhe férias internacionais atrás da diversão ficamos cada vez mais reféns da época de férias escolares dos jovens portugueses.

Acho, por isso, que talvez seja importante, com a ajuda do próprio Turismo do Algarve, definir-se uma estratégia para voltar a colocar as nossas festas no mapa. Se assim não for todos sofrem com isso, e agora com os preços excessivos que se praticam por quarto somos cada vez mais presa fácil para um agressivo regresso do Norte de África. É importante subirmos novamente a fasquia porque o Verão é descontração e todos gostam de sair uma vez ou outra para se divertirem. Mas tem que valer a pena. Assim é só “queimar” pneu.


As noites do Algarve a “queimar pneu”


Este não está a ser decididamente um ano bom para o Algarve independentemente de alguns espaços de diversão noturna poderem eventualmente atingir os seus objetivos económicos. 


O Verão chegou tarde o que afastou uma franja de público mais cosmopolita que optou por outras paragens, notando-se as semanas mais fracas e um maior fluxo condensado aos fins de semana. Além disso, 2018 não trouxe grandes novidades. Os mesmos espaços com a agravante do T Clube ter desaparecido, embora o Praia na Villa consiga suprir as necessidades desse público português mais velho e refinado.

Foi aliás neste espaço de Vilamoura que se viveram as únicas noites sofisticadas. Com um ambiente familiar, mas selecionado, e um serviço de qualidade , uma aposta musical que vai dos grandes clássicos da house music a outro tipo de sonoridades mais kitsch, e um restaurante onde se continua a comer bem, num estilo de espaço intimista e bem decorado. Um estilo de noite muito em voga na Europa em que se janta no mesmo sítio onde se dança, num horário que permite fazer praia no dia seguinte. Por ali damos por bem empregue o tempo dispensado. É o sítio de eleição dum público conhecedor e evoluído.

O Soul (antigo No Solo) junto ao Cais de Vilamoura também aposta num serviço aprumado e continua a manter o registo sólido a que nos habituou nos últimos anos. Tudo o resto precisa urgentemente de melhorar em vários aspectos. Desde a programação ao serviço, passando pelas casas de banho que em alguns sítios chega a ser deplorável. A aposta é num público muito jovem, jogando vários no mesmo campeonato. Continua a não se dar importância aos milhares de turistas vindos de fora todos os anos. A programação é muito pensada para consumo interno, alicerçada naquilo que os promotores conseguem atrair e não tanto pela qualidade e diferenciação.

É por isso uma noite cada vez mais afastada dos grandes palcos internacionais sendo por isso normal não ser sequer equacionada nos roteiros das grandes festas europeias. Clubes como a Casa do Castelo, o Klub, a Locomia o Sasha ou o Capítulo (só para enumerar alguns) deixaram saudades e vemos como consequência disso o entretenimento cada vez mais espartilhado entre três ruas de Vilamoura enquanto o resto da nossa costa fica à míngua. Na Quinta do Lago não há um único espaço que atraia o imenso dinheiro que por ali circula. Portimão saiu do mapa, Albufeira é cada vez mais de terceira liga e é cada vez mais raro vermos por cá os grandes nomes que fazem as delícias dos noctívagos. É também por isso cada vez mais natural que as festas se reduzam à última semana de julho e às três de agosto. Sem despertar a curiosidade de quem escolhe férias internacionais atrás da diversão ficamos cada vez mais reféns da época de férias escolares dos jovens portugueses.

Acho, por isso, que talvez seja importante, com a ajuda do próprio Turismo do Algarve, definir-se uma estratégia para voltar a colocar as nossas festas no mapa. Se assim não for todos sofrem com isso, e agora com os preços excessivos que se praticam por quarto somos cada vez mais presa fácil para um agressivo regresso do Norte de África. É importante subirmos novamente a fasquia porque o Verão é descontração e todos gostam de sair uma vez ou outra para se divertirem. Mas tem que valer a pena. Assim é só “queimar” pneu.