Domingo de chamas. 98 fogos, 2200 homens, 556 veículos e 49 meios aéreos

Domingo de chamas. 98 fogos, 2200 homens, 556 veículos e 49 meios aéreos


Proteção Civil mantém alerta vermelho para 13 distritos até ao final do dia de amanhã


O dia não deu tréguas aos bombeiros. Às 22h havia ainda 27 focos de incêndio florestal – dos quais 24 estavam em fase de resolução ou de conclusão – e no terreno estavam cerca de 1621, apoiados por 482 viaturas e três meios aéreos. Entre as 00h e as 19h foi registado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) um total de 98 ocorrências, tendo estado no terreno mais de 2200 operacionais, 556 veículos e meia centena de meios aéreos.
Até ao final do dia de hoje o caso mais preocupante continua a ser o incêndio de Monchique, no distrito de Faro, e para o qual, às 20h, estavam mobilizados 810 operacionais, nove meios aéreos, 226 veículos e oito máquinas de rasto – o número de operacionais e de viaturas era superior às 22h, altura em que apenas estava um meio aéreo. 
Uma das duas frentes ativas deste que foi o mais grave incêndio do fim de semana aproximou-se em força ao longo do dia da vila de Monchique. A outra, que avançou na direção do concelho de Odemira, parecia estar perder força ao início da noite perante o combate dos bombeiros. Ainda assim, durante a tarde, o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, anunciou que teve de ser evacuada uma aldeia preventivamente.
“Hoje de manhã, o fogo estava a cerca e dois quilómetros da aldeia de Moitinhas”, explicou o autarca, lembrando que em causa estava uma área “com bastante eucaliptal, mas pouco habitada e com melhores acessos” do que a zona onde o fogo lavrava em Monchique.
A frente ativa que avançou na direção de Monchique era a que mais preocupava já às 13h. “Há uma frente virada a sul, em direção à vila de Monchique, que está sem acessos a meios de combate, quer aéreos, quer terrestres, e outra frente, mais a este, que acompanha a EN 266 e que, na sua vertente mais a norte, pode evoluir no sentido de Nave Redonda”, disse numa conferência de impresa realizada à hora de almoço Vaz Pinto, Comandante Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro. Nessa altura ainda não se tinha decidido evacuar a localidade de Portela do Vento, mas já tinham sido deslocadas mais de cem pessoas por prevenção. 
O incêndio que deflagrou na passada sexta-feira tem sido por isso a maior preocupação da Proteção Civil. 

Alerta mantém-se até amanhã 

Num comunicado enviado hoje pela ANPC foi referido que se manterá o Estado de Alerta Especial (EAE) vermelho até ao final de segunda-feira para os distriros de Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viseu. Em causa, refere a Proteção Civil, estão as “condições meteorológicas adversas, de tempo muito quente e seco, que favorecem a deflagração e a propagação de incêndios rurais”. Enquanto isso, ficam em alerta laranja Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Vila Real.
A ANPC aproveitou ainda para reforçar os avisos que têm sido feitos, recordando que “a rapidez e a violência de propagação de incêndios que ocorrem com este tipo de condições meteorológicas fazem com que este tipo de ocorrência constitua uma ameaça para as pessoas e os seus bens, face ao modo extremo com que se podem desenrolar”.
Fonte oficial pediu ainda para que os portugueses estejam informados sobre ocorrências que existem junto das suas habitações e para que sigam à risca os conselhos dados pelas autoridades. Um desses conselhos é o de só sairem do local se souberem que estão em condições de clara segurança.

Operacionais assistidos

No dia de hoje o combate às chamas foi dificuldado pelas altas temperaturas e pelo vento, mas o fumo também trouxe uma complexidade acrescida.
A meio da tarde já tinham sido assistidos três dezenas de operacionais por exposição ao calor excessivo e ao fumo, anunciou comandante Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, Vaz Pinto.
Às 22h, segundo o site da Autoridade Nacional de Proteção Civil, continuavam ainda ativos incêndios em Paços de Ferreira, distrito do Porto, e em Marvão, distrito de Portalegre. O primeiro, de pequenas dimensões, era combatido por cinco operacionais e um veículo, já o segundo obrigava à mobilização de 223 homens e 71 viatura.
Dos restantes incêndios do país, um estava em fase de resolução, ou seja, tratava-se de incêndio sem perigo de propagação para além do perímetro já atingido, e 23 encontravam-se em fase de conclusão – estavam extintos, mas ainda havia pequenos focos de combustão dentro do perímetro do incêndio.