Irão. Guardas da Revolução fazem exercícios no Golfo

Irão. Guardas da Revolução fazem exercícios no Golfo


Jogos de guerra podem ser mensagem para os EUA por causa das sanções económicas. A crise já se está a sentir no país com a moeda iraniana a perder dois terços do valor num ano


Os Guardas da Revolução iranianos confirmaram que fizeram exercícios militares no Golfo nos últimos dias destinados a “enfrentar possíveis ameaças” de inimigos, adiantou a agência de notícias IRNA. “Este exercício foi conduzido com o objetivo de controlar e salvaguardar a segurança das rotas de navegação e dentro do quadro do programa de exercícios militares anuais dos guardas”, afirmou o porta-voz da tropa de elite iraniana, Ramezan Sharif.
Se é certo que os Guardas da Revolução costumam fazer exercícios militares na zona do Golfo, estes jogos de guerra foram aparentemente adiantados na data e chegam depois do presidente iraniano, Hassan Rouhani – no que foi apoiado pelo líder supremo do país, o ayatollah Ali Khamenei –, ter sugerido que o Irão poderá bloquear as exportações de petróleo através do golfo se as suas exportações forem afetadas pelas sanções dos EUA.
Cerca de 30% de todo o petróleo do mundo enviado pelo mar (qualquer coisa como 17 milhões de barris) passa todos os dias pelo estreito de Ormuz e o Irão já deu a entender que poderia vir a perturbar esta importante rota petrolífera.
Com a moeda iraniana em queda (perdeu dois terços do seu valor face ao dólar num ano, metade desde abril) e uma inflação galopante, o banco central já anunciou novas medidas para tentar minimizar o impacto da reimposição das sanções dos EUA. Antecipando as sanções económicas, muitos iranianos têm recorrido ao mercado cambial para conseguir dólares e evitar o impacto das sanções no rial iraniano.
Sete pessoas, incluindo um vice-governador do banco central e cinco cambistas, foram detidos por alegados crimes económicos, anunciou ontem o porta-voz da procuradoria, Gholamhossein Mohseni Ejei. Ao todo já foram presas 29 pessoas por crimes que lhes podem valer a pena de morte.