Lula à beira de cumprir a pena de prisão


O problema do país é que está perfeitamente dividido e a hipotética ordem de prisão de hoje a Lula pode provocar o caos, transformando as ruas em batalhas campais


O Brasil é um país que adora samba, futebol, sexo e confusão. O histerismo à volta da provável detenção do ex-presidente acusado de corrupção é perfeitamente incompreensível, atendendo a que já foi condenado por dois tribunais independentes a uma pena de 12 anos. É um facto indesmentível e só a cegueira ideológica permite que o país esteja dividido ao meio.

Já foi provado que Lula é corrupto, mas muitos – entre os quais me incluo – acreditam que o atual presidente, Michel Temer, também deveria acabar atrás das grades, depois de provados os crimes de que, supostamente, é acusado. E digo supostamente pois o congresso não permitiu que Temer fosse constituído arguido, usando uma linguagem menos técnica. Nos últimos tempos, porém, não faltam acusações ao presidente e aos seus próximos, esperando-se que a justiça que conseguiu condenar Lula tenha força suficiente para fazer mesmo com todos os políticos acusados no Lava Jato, a Operação Marquês lá do sítio, de onde, obviamente, o nome de Temer também sai chamuscado.

O problema do país é que está perfeitamente dividido e a hipotética ordem de prisão de hoje a Lula pode provocar o caos, transformando as ruas em batalhas campais. Este caso, com as devidas proporções, faz-me lembrar o de O.J. Simpson, que um tribunal acabou por inocentar, quando as provas eram mais do que evidentes da sua culpabilidade na morte da mulher. Temendo graves confrontos raciais nas ruas e com a ajuda de brilhantes advogados, o antigo jogador de futebol americano saiu do tribunal um homem livre.

Voltando ao Brasil, na quinta-feira da semana passada o subprocurador-geral do país, Alcides Martins, curiosamente nascido em Vale de Cambra, Portugal, dizia ao i que os “partidos no Brasil são ricos em fornecer elementos que praticam condutas desviantes ao Ministério Público”. Isto é: a matéria criminal que os políticos oferecem ao ministério Público não tem fim. O Brasil, infelizmente, vive há muito da corrupção. Seja de esquerda ou de direita. Por isso, a justiça deve poder fazer o seu trabalho, independentemente das prováveis revoltas dos dois quadrantes.


Lula à beira de cumprir a pena de prisão


O problema do país é que está perfeitamente dividido e a hipotética ordem de prisão de hoje a Lula pode provocar o caos, transformando as ruas em batalhas campais


O Brasil é um país que adora samba, futebol, sexo e confusão. O histerismo à volta da provável detenção do ex-presidente acusado de corrupção é perfeitamente incompreensível, atendendo a que já foi condenado por dois tribunais independentes a uma pena de 12 anos. É um facto indesmentível e só a cegueira ideológica permite que o país esteja dividido ao meio.

Já foi provado que Lula é corrupto, mas muitos – entre os quais me incluo – acreditam que o atual presidente, Michel Temer, também deveria acabar atrás das grades, depois de provados os crimes de que, supostamente, é acusado. E digo supostamente pois o congresso não permitiu que Temer fosse constituído arguido, usando uma linguagem menos técnica. Nos últimos tempos, porém, não faltam acusações ao presidente e aos seus próximos, esperando-se que a justiça que conseguiu condenar Lula tenha força suficiente para fazer mesmo com todos os políticos acusados no Lava Jato, a Operação Marquês lá do sítio, de onde, obviamente, o nome de Temer também sai chamuscado.

O problema do país é que está perfeitamente dividido e a hipotética ordem de prisão de hoje a Lula pode provocar o caos, transformando as ruas em batalhas campais. Este caso, com as devidas proporções, faz-me lembrar o de O.J. Simpson, que um tribunal acabou por inocentar, quando as provas eram mais do que evidentes da sua culpabilidade na morte da mulher. Temendo graves confrontos raciais nas ruas e com a ajuda de brilhantes advogados, o antigo jogador de futebol americano saiu do tribunal um homem livre.

Voltando ao Brasil, na quinta-feira da semana passada o subprocurador-geral do país, Alcides Martins, curiosamente nascido em Vale de Cambra, Portugal, dizia ao i que os “partidos no Brasil são ricos em fornecer elementos que praticam condutas desviantes ao Ministério Público”. Isto é: a matéria criminal que os políticos oferecem ao ministério Público não tem fim. O Brasil, infelizmente, vive há muito da corrupção. Seja de esquerda ou de direita. Por isso, a justiça deve poder fazer o seu trabalho, independentemente das prováveis revoltas dos dois quadrantes.