Vacinas, um imperativo social


Seguras e eficazes, as vacinas salvam vidas e contribuem para reduzir o impacto e a incidência de doenças infecciosas graves


As vacinas são um dos maiores sucessos da ciência moderna. A realidade mostra que nenhuma outra intervenção na área da saúde é capaz de competir com a vacinação em termos de custo/benefício. O impacto mundial na redução da mortalidade e impacto de doenças infecciosas graves é notável e a generalidade dos estudos científicos indicam que os efeitos secundários da vacinação são mínimos. Apesar dos sucessos, é imperativo continuar a investir na imunização de crianças e jovens e no desenvolvimento de novas vacinas contra doenças negligenciadas ou emergentes. 

O impacto da vacinação é inquestionável. Dados objetivos mostram que as vacinas permitiram reduzir a mortalidade de várias doenças infecciosas, contribuindo efetivamente para um aumento na esperança de vida média. Exemplos notáveis incluem a erradicação da varíola, um decréscimo de 99% na incidência global da poliomielite e uma redução da mortalidade e morbilidade associada a doenças como a difteria, tétano e sarampo. De acordo com a OMS, o número de mortes causadas por doenças preveníveis por vacinação caiu de 0,9 milhões em 2000 para 0,4 milhões em 2010.

A redução da circulação de agentes patogénicos que decorre da vacinação alargada de uma população constitui também uma forma de proteger indivíduos não vacinados, que beneficiam assim da imunidade do grupo onde se inserem.

As vacinas são seguras. Embora existam, os efeitos secundários mais frequentes, que incluem dor temporária, dilatação do local de injeção, vermelhidão e febre, são relativamente benignos. As reações severas são, por sua vez, muito raras. A suspeita de uma ligação entre a vacinação e o autismo foi também afastada perentoriamente nos últimos anos. De facto, e após estudos epidemiológicos amplos e rigorosos, não foi possível encontrar evidência estatística que suporte a ligação causal vacina/autismo. As alegações de que a vacinação sobrecarrega o sistema imunitário de uma criança não são também plausíveis à luz da realidade e do conhecimento atual em imunologia.

A viabilidade económica da vacinação é também indiscutível. Os custos públicos de um programa de vacinação são amplamente suplantados pelos benefícios decorrentes da redução da mortalidade e da melhoria da qualidade de vida (que incluem, por exemplo, redução de níveis de absentismo). Alguns estudos mostram que o valor despendido no desenvolvimento, produção e administração das vacinas pediátricas por cada ano de vida salva pelo conjunto das vacinas mais económicas é, no geral, inferior a poucas dezenas de euros.

A promoção da imunização das crianças e o desenvolvimento de novas vacinas constituem um dever social. Atualmente, cerca de 25 doenças infecciosas podem ser prevenidas com recurso à vacinação. Embora a imunização salve cerca de 3 milhões de crianças anualmente, cerca de 1,5 milhões de mortes poderiam ser ainda evitadas ampliando a cobertura global da vacinação. Além disso, novas vacinas são necessárias para responder ao aparecimento de doenças como a sida e à emergência de epidemias causadas por vírus como o dengue, o ébola e o zika.

A sofisticação de algumas das vacinas modernas é enorme. O conhecimento científico de base da doença-alvo ao nível da sua epidemiologia e causa constitui o ponto de partida para o desenvolvimento tecnológico de uma nova vacina. Aqui, o desenho, construção e produção de componentes vacinais como proteínas, polissacarídeos e partículas semelhantes a vírus exigem conhecimentos profundos de engenharia biomolecular, biologia molecular e celular e bioengenharia. É fundamental, por isso, promover a investigação básica e aplicada nas áreas da epidemiologia, imunologia e bioengenharia, entre outras, no sentido de desenvolver novas estratégias de vacinação e tecnologias de produção.

Seguras e eficazes, as vacinas salvam vidas e contribuem para reduzir o impacto e incidência de doenças infecciosas graves. Incentivos à investigação científica e desenvolvimento tecnológico são, por isso, essenciais para promover a criação de novas vacinas. 


Vacinas, um imperativo social


Seguras e eficazes, as vacinas salvam vidas e contribuem para reduzir o impacto e a incidência de doenças infecciosas graves


As vacinas são um dos maiores sucessos da ciência moderna. A realidade mostra que nenhuma outra intervenção na área da saúde é capaz de competir com a vacinação em termos de custo/benefício. O impacto mundial na redução da mortalidade e impacto de doenças infecciosas graves é notável e a generalidade dos estudos científicos indicam que os efeitos secundários da vacinação são mínimos. Apesar dos sucessos, é imperativo continuar a investir na imunização de crianças e jovens e no desenvolvimento de novas vacinas contra doenças negligenciadas ou emergentes. 

O impacto da vacinação é inquestionável. Dados objetivos mostram que as vacinas permitiram reduzir a mortalidade de várias doenças infecciosas, contribuindo efetivamente para um aumento na esperança de vida média. Exemplos notáveis incluem a erradicação da varíola, um decréscimo de 99% na incidência global da poliomielite e uma redução da mortalidade e morbilidade associada a doenças como a difteria, tétano e sarampo. De acordo com a OMS, o número de mortes causadas por doenças preveníveis por vacinação caiu de 0,9 milhões em 2000 para 0,4 milhões em 2010.

A redução da circulação de agentes patogénicos que decorre da vacinação alargada de uma população constitui também uma forma de proteger indivíduos não vacinados, que beneficiam assim da imunidade do grupo onde se inserem.

As vacinas são seguras. Embora existam, os efeitos secundários mais frequentes, que incluem dor temporária, dilatação do local de injeção, vermelhidão e febre, são relativamente benignos. As reações severas são, por sua vez, muito raras. A suspeita de uma ligação entre a vacinação e o autismo foi também afastada perentoriamente nos últimos anos. De facto, e após estudos epidemiológicos amplos e rigorosos, não foi possível encontrar evidência estatística que suporte a ligação causal vacina/autismo. As alegações de que a vacinação sobrecarrega o sistema imunitário de uma criança não são também plausíveis à luz da realidade e do conhecimento atual em imunologia.

A viabilidade económica da vacinação é também indiscutível. Os custos públicos de um programa de vacinação são amplamente suplantados pelos benefícios decorrentes da redução da mortalidade e da melhoria da qualidade de vida (que incluem, por exemplo, redução de níveis de absentismo). Alguns estudos mostram que o valor despendido no desenvolvimento, produção e administração das vacinas pediátricas por cada ano de vida salva pelo conjunto das vacinas mais económicas é, no geral, inferior a poucas dezenas de euros.

A promoção da imunização das crianças e o desenvolvimento de novas vacinas constituem um dever social. Atualmente, cerca de 25 doenças infecciosas podem ser prevenidas com recurso à vacinação. Embora a imunização salve cerca de 3 milhões de crianças anualmente, cerca de 1,5 milhões de mortes poderiam ser ainda evitadas ampliando a cobertura global da vacinação. Além disso, novas vacinas são necessárias para responder ao aparecimento de doenças como a sida e à emergência de epidemias causadas por vírus como o dengue, o ébola e o zika.

A sofisticação de algumas das vacinas modernas é enorme. O conhecimento científico de base da doença-alvo ao nível da sua epidemiologia e causa constitui o ponto de partida para o desenvolvimento tecnológico de uma nova vacina. Aqui, o desenho, construção e produção de componentes vacinais como proteínas, polissacarídeos e partículas semelhantes a vírus exigem conhecimentos profundos de engenharia biomolecular, biologia molecular e celular e bioengenharia. É fundamental, por isso, promover a investigação básica e aplicada nas áreas da epidemiologia, imunologia e bioengenharia, entre outras, no sentido de desenvolver novas estratégias de vacinação e tecnologias de produção.

Seguras e eficazes, as vacinas salvam vidas e contribuem para reduzir o impacto e incidência de doenças infecciosas graves. Incentivos à investigação científica e desenvolvimento tecnológico são, por isso, essenciais para promover a criação de novas vacinas.