Assim se vê a força do PCP


À primeira vista ninguém diria, mas a vitória estrondosa do Partido Socialista nas autárquicas de 1 de outubro está a revelar-se para António Costa uma espécie de presente envenenado.


À primeira vista ninguém diria, mas a vitória estrondosa do Partido Socialista nas autárquicas de 1 de outubro está a revelar-se para António Costa uma espécie de presente envenenado.

O principal problema que o primeiro-ministro tem para resolver vem do lado dos comunistas, elemento essencial à estabilidade do tripé que forma a geringonça. Os resultados catastróficos que obtiveram nessa eleição – perda de dez municípios, passando de 34 para 24 – levaram Jerónimo de Sousa a concluir que o apoio do seu partido à geringonça não estava a cair bem junto do seu eleitorado, que desta feita não mostrou a habitual fidelidade. Logo nessa noite, Jerónimo avisou que iria endurecer o discurso e a postura. E, se bem o disse, melhor o fez. De imediato, a paz social de que o governo vinha beneficiando desde a sua entrada em funções esfumou-se como que por magia.

Como uma banda bem ensaiada, a um sinal do maestro diferentes sindicatos ameaçaram ou anunciaram greves para pressionarem o governo a conceder-lhes melhores condições. Os protestos e reivindicações começaram a aparecer de todos os lados: função pública, enfermeiros, professores.

Esta demonstração de força revela que, se a nível de eleitorado o PCP tem perdido dimensão (o resultado nas autárquicas levava a crer que tinha sido quase “engolido” pelos socialistas), ainda há setores da sociedade – nomeadamente os sindicatos – onde continua a deter uma influência tremenda.

Noutras circunstâncias, António Costa até poderia resolver a questão com a habilidade que lhe conhecemos. Mas, com o governo a atravessar o seu pior momento, a desestabilização promovida pelos comunistas é suficiente para fazer abanar a geringonça. Para já, não a fará cair, mas é um teste sério à sua resistência.


Assim se vê a força do PCP


À primeira vista ninguém diria, mas a vitória estrondosa do Partido Socialista nas autárquicas de 1 de outubro está a revelar-se para António Costa uma espécie de presente envenenado.


À primeira vista ninguém diria, mas a vitória estrondosa do Partido Socialista nas autárquicas de 1 de outubro está a revelar-se para António Costa uma espécie de presente envenenado.

O principal problema que o primeiro-ministro tem para resolver vem do lado dos comunistas, elemento essencial à estabilidade do tripé que forma a geringonça. Os resultados catastróficos que obtiveram nessa eleição – perda de dez municípios, passando de 34 para 24 – levaram Jerónimo de Sousa a concluir que o apoio do seu partido à geringonça não estava a cair bem junto do seu eleitorado, que desta feita não mostrou a habitual fidelidade. Logo nessa noite, Jerónimo avisou que iria endurecer o discurso e a postura. E, se bem o disse, melhor o fez. De imediato, a paz social de que o governo vinha beneficiando desde a sua entrada em funções esfumou-se como que por magia.

Como uma banda bem ensaiada, a um sinal do maestro diferentes sindicatos ameaçaram ou anunciaram greves para pressionarem o governo a conceder-lhes melhores condições. Os protestos e reivindicações começaram a aparecer de todos os lados: função pública, enfermeiros, professores.

Esta demonstração de força revela que, se a nível de eleitorado o PCP tem perdido dimensão (o resultado nas autárquicas levava a crer que tinha sido quase “engolido” pelos socialistas), ainda há setores da sociedade – nomeadamente os sindicatos – onde continua a deter uma influência tremenda.

Noutras circunstâncias, António Costa até poderia resolver a questão com a habilidade que lhe conhecemos. Mas, com o governo a atravessar o seu pior momento, a desestabilização promovida pelos comunistas é suficiente para fazer abanar a geringonça. Para já, não a fará cair, mas é um teste sério à sua resistência.