Um ministro que virou comediante das FA

Um ministro que virou comediante das FA


Nas últimas semanas os humoristas portugueses sofreram a concorrência forte, fortíssima mesmo, de dois novos profissionais do ramo: Bruno de Carvalho, que interpretou um dos melhores e mais tristes sketches de que há memória, e ontem foi a vez de Azeredo Lopes, ministro da Defesa, jogar com as mesmas armas do presidente do Sporting. 


O governante, ao assumir que não sabe se houve algum furto de armas na base de Tancos, gozou com o país e com o seu companheiro de visita às instalações militares em 4 de julho do corrente ano: precisamente o Presidente da República. Como é possível Azeredo Lopes ser tão inábil que se faça passar por comediante? Portugal é alguma república das bananas? Afinal, o que se espera de um ministro?

Que tenha conversas como se estivesse numa tasca ou num dos tais programas humorísticos? A lista de armas desaparecidas foi uma invenção da comunicação social, nunca desmentida pela tutela? “Não sei se alguém entrou em Tancos. No limite, pode não ter havido furto”, disse o governante à “TSF” e ao “DN”. Será que o ministro nos irá revelar num futuro próximo que foram extraterrestres os autores da “não visita” às instalações?

Depois de ter desvalorizado o assalto, depois de ter reconhecido que só soube da falta do equipamento militar uns dias depois, Azeredo vem agora com uma teoria tão estapafúrdia que é difícil entender em que categoria classificá-la! Ou será que tudo não passou de uma manobra de diversão e que foi por essa razão que o primeiro-ministro foi de férias tranquilamente deixando ao Presidente da República os destinos do país, que exigiu uma investigação séria e célere?

Os defensores do ministro até podem alegar que tudo não passa de uma expressão tirada fora do contexto da entrevista. Mas não é verdade. Azeredo Lopes foi tão mau presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social como é agora um péssimo ministro da Defesa. É só isso.