O que diz o PCP de Nicolás Maduro?


Joana Mortágua escreveu ontem no i um interessante artigo sobre a Venezuela e, supostamente, o que separa o BE do PCP. Diz a deputada que Nicolás Maduro se quer perpetuar no poder rejeitando as derrotas nas urnas e que está a levar para a miséria absoluta o seu país, onde os supermercados estão vazios “e…


Não posso estar mais de acordo e os largos milhares de portugueses que escolheram aquele país para refazer as suas vidas também devem pensar o mesmo. Mas há outro dado curioso no artigo de Joana Mortágua que revela claramente como é difícil a gestão da geringonça, onde tanta coisa separa tanto os três partidos que a compõem. Diz a deputada: “Bem sei que há uma esquerda cega que, 25 anos depois da queda do Muro, ainda acha que vale tudo na defesa de regimes pseudocomunistas.

É escolha sua se Brejnev ainda lhes aquece os corações. A esquerda de que faço parte nunca foi ambígua sobre condenações de regimes que oprimem o povo e sufocam a democracia [e aqui discordo. Veja-se o que escreveu Francisco Louçã sobre Cuba: ‘Com a morte de Fidel Castro desaparece uma das últimas grandes figuras que marcaram o século xx.

Dirigente da única revolução socialista vitoriosa no Ocidente, enfrentou o maior poder da nossa era, o de Washington, e resistiu a invasões e agressões militares, a inúmeras tentativas de assassinato, ao bloqueio permanente e a todas as pressões. Fidel sai da vida como um vencedor.’]. Isso vale para Angola e para o regime venezuelano, ainda que as calúnias da direita ignorante insistam que lhes temos amor.”

Independentemente do que penso, Joana Mortágua teve a coragem de denunciar um governo que se diz do povo e que não faz outra coisa a não ser cultivar a miséria, vivendo os seguidores mais fiéis de Nicolás Maduro confortavelmente. Será que o PCP pensa o mesmo? E se algum dia alguém se lembrar de propor na Assembleia da República um voto de protesto contra Maduro? A geringonça, como votará?