Despesa de alunos do superior cai 180 euros nos últimos anos

Despesa de alunos do superior cai 180 euros nos últimos anos


Contas com alojamento, telefone e alimentação são três vezes superiores à despesa com livros e propinas


As despesas dos estudantes do ensino superior estão a cair. Entre os anos letivos de 2010/11 e 2015/16, os custos totais e anuais de um aluno que frequenta um curso numa universidade ou politécnico público ou privado, em Portugal, desceu 180 euros (menos 2,7%).

Um estudante que frequenta uma universidade pública ou privada em Portugal tem, em média, uma despesa de 6446 euros anuais. Deste valor, as despesas com a educação – onde se incluem as propinas, as taxas, livros e outros materiais – são de 1718 euros. A este montante acrescem as despesas com alojamento, telefone, alimentação, despesas médicas ou transportes, que chegam aos 4727 euros anuais. Ou seja, hoje, um estudante gasta três vezes mais em despesas com o custo de vida do que em despesas diretas com o curso.

Em 2010/2011, a despesa média de um aluno era de 6624 euros por ano, entre os 1935 euros com a educação a que se somavam 4690 euros com as despesas correntes.

E foi sobretudo nos custos com a educação que a redução da despesa “é mais acentuada”, tendo caído 217 euros (menos 11%). Já a fatura do custo de vida dos alunos manteve-se na ordem dos 0,8%.

Apesar da queda com as despesas, a fatura anual de um aluno do superior fica muito acima do valor da bolsa de estudo máxima atribuída pelo Estado aos estudantes, que ronda os 4634 euros anuais – correspondendo a 11 vezes o indexante de apoios sociais (IAS).

Ao comparar entre subsistemas, verifica-se que “foi sobretudo no ensino superior politécnico privado que os custos baixaram de forma muito significativa”, na ordem dos 20% (de 10 408 euros passaram para 8296 euros em 2015/2016). Mas também entre os alunos das universidades públicas a fatura anual caiu 6,2% (366 euros).

Estes valores reportam-se às despesas que os alunos que estão atualmente no ensino superior, público e privado, contabilizaram no ano passado, em 2015/2016.

As conclusões são do estudo do Instituto da Educação da Universidade de Lisboa, coordenado pela professora desta instituição e pró-reitora Luísa Cerdeira, a que o i teve acesso.

O estudo, que analisa as despesas dos estudantes e das suas famílias, tem como base um inquérito a 1087 estudantes do ensino superior público e privado que estão a frequentar o seu curso durante este ano letivo (2016/2017).

Alunos de Gestão e Ciências Computacionais com fatura mais pesada

Os estudantes dos cursos de Gestão e Ciências Computacionais e de Educação são os que têm maiores despesas para frequentar a universidade ou o politécnico.

Em média, por ano, um estudante de um curso da área de Gestão e Ciências Computacionais tem despesas correntes e de educação de 7342,4 euros.

Seguem-se os alunos da área da Educação, com 7233,8 euros.

Verifica-se também no estudo que são os alunos deslocados da sua casa que têm de suportar os maiores custos. “Os deslocados apresentam, em média, um valor superior em 6%”, sendo a despesa total de um aluno deslocado de 6662 euros anuais e dos não deslocados de 6294 euros.