Mauro Xavier, o presidente da concelhia do PSD de Lisboa, apresentou ontem a iniciativa de uma coligação de apoio à candidatura de Assunção Cristas para a Câmara Municipal de Lisboa.
Xavier, que mantinha desde o início do seu mandato um posicionamento contra coligações pré-eleitorais entre o PSD e o CDS, anunciou na reunião da sua comissão política que escreveu uma carta ao presidente do partido, Pedro Passos Coelho, anunciando uma reviravolta. Xavier não colocaria entraves a um apoio do PSD à líder do CDS para as eleições autárquicas.
A vontade dos presidentes de juntas de freguesia e de vários membros da comissão política da concelhia terá sido determinante para a mudança de posição de Mauro Xavier.
O vice-presidente de Xavier, Rodrigo Gonçalves, que já havia desafiado Passos Coelho a candidatar-se ele próprio à Câmara Municipal de Lisboa, também acompanhou o líder da concelhia num volte-face. Fonte que esteve presente na reunião afirmou ao i que Gonçalves não se opôs à carta.
Depois de Passos Coelho afirmar que não haveria coligação com o CDS em Lisboa, Assunção Cristas salientou que respeitava a posição do ex-primeiro-ministro, mas que uma porta estaria “sempre aberta”.
O CDS e o PSD têm um acordo-quadro para as autárquicas deste ano que, segundo a coordenação autárquica chefiada por Carlos Carreiras, conseguirá mais coligações que as feitas em 2013.
Esta semana, o i já noticiou que Passos Coelho deu ordens aos militantes para não atacar a candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa, assim como quer evitar confrontos com os centristas em todas as autarquias em que PSD e CDS concorram separados. A regra que Passos impôs caiu mal no PSD-Lisboa, consciente que não atacar Cristas é uma sentença de morte. Ontem houve a reviravolta.
