Máfia do sangue. Interrogatório de Cunha Ribeiro vai para terceiro dia

Máfia do sangue. Interrogatório de Cunha Ribeiro vai para terceiro dia


No primeiro dia de interrogatório de Cunha Ribeiro, Lalanda de Castro foi detido na Alemanha


Na quarta-feira à tarde, poucas horas depois de ter começado a primeira parte do interrogatório do ex-presidente Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo Luís Cunha Ribeiro, foi detido na cidade alemã de Heidelberg Lalanda de Castro. O homem forte da farmacêutica, que é também suspeito na Operação Marquês e foi acusado no caso Vistos Gold, estava numa reunião nas instalações alemãs da multinacional quando as autoridades alemãs e elementos da Polícia Judiciária interromperam com um mandado de detenção.

Lalanda de Castro foi entretanto presente a um juiz daquele país para apresentar a sua defesa e opor-se ou não à extradição para Portugal.

No processo de extradição, esclareceu ontem a Procuradoria-Geral da República, Lalanda de Castro “pode manifestar oposição à respetiva entrega”, adiantando, por outro lado, que “se for prestado consentimento por parte da pessoa cuja detenção e entrega se solicita, é admitida uma forma de entrega simplificada”. Na prática, em vez dos 60 dias, tudo pode ficar resolvido em 10 dias – que começam a contar a partir da data em que for dado o consentimento.

Paulo Lalanda e Castro que também já foi investigado no Brasil, juntamente com a Octapharma, no âmbito de um processo idêntico que ficou conhecido como Máfia dos Vampiros é o 5.º arguido da Operação O-Negativo.

Quanto ao interrogatório de Cunha Ribeiro, no Campus da Justiça, este acabou por ser novamente interrompido ontem ao final da tarde, devendo os trabalhos recomeçarem esta manhã – só depois disso serão conhecidas as medidas de coação.

Esquema de corrupção no SNS

O DIAP de Lisboa considera existirem indícios de que Lalanda de Castro e o ex-presidente da ARS de Lisboa Cunha Ribeiro (detido na terça-feira) “terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro”.

O MP já revelou que em causa estão os crimes de “corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais”.

Quarta-feira à noite, já a detenção teria acontecido, a Octapharma anunciou que Lalanda de Castro pediu para cessar todas as funções, tendo sido autorizado.