TAP. O que vai acontecer a Fernando Pinto?

TAP. O que vai acontecer a Fernando Pinto?


Continua à frente da TAP até ao fecho da venda? E depois de 15 anos ao comando da empresa?


O presidente da TAP, Fernando Pinto, vai manter-se à frente da companhia aérea até ao fecho do negócio de venda, altura em que caberá aos novos acionistas decidir se continua no cargo que ocupa há 15 anos.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse nesta sexta que “até ao final do processo, Fernando Pinto mantém-se”, adiantando que “depois é uma decisão acionista”.

Fernando Pinto chegou à TAP em Outubro de 2000 com o objectivo de preparar a transportadora aérea nacional para a privatização, estando desde Dezembro de 2011 sem mandato.

Até à chegada dos novos accionistas, o que não tem uma data ainda fechada, por estar dependente da obtenção de várias autorizações, nomeadamente de Bruxelas, Fernando Pinto vai continuar a liderar a TAP, num ano que é determinante para o encaixe que o Estado terá com a privatização.

“É preciso que o desempenho de 2015 seja bom”, destacou Sérgio Monteiro, considerando que “é muito importante que as últimas semanas de paz se mantenham na TAP, porque representará mais dinheiro para os portugueses”.

É por isso que o plano de ajustamento da TAP, que prevê a redução de custos da companhia, foi devolvido a Fernando Pinto, para ser revisto por forma a alcançar objetivos mais ambiciosos em termos de desempenho para o resto do ano.

O consórcio Gateway, que integra o empresário norte-americano David Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa, propõe-se a pagar um valor mínimo de 354 milhões de euros pelo grupo, mas este montante pode subir para 488 milhões de euros, dependendo da 'performance' financeira da empresa ao longo de 2015.

O consórcio compromete-se a capitalizar a empresa com 338 milhões de euros e a pagar dez milhões de euros ao Estado, dos quais dois milhões serão já pagos na assinatura do contrato de compra e venda, que deverá acontecer ainda em Junho, e o restante no fecho da venda.

Depois se exercer a opção de compra, dos 34% que ficam na mão do Estado, receberá entre 6 e 50 milhões de euros, em função dos resultados da empresa em 2015.

Se houver uma dispersão do capital em bolsa até quatro anos após a conclusão da venda, como o agrupamento Gateway admite vir a fazer, o Estado arrecada mais 90 milhões de euros.

Na quinta-feira, o Governo anunciou a venda de até 66% da TAP ao consórcio liderado pelo empresário português Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, com 51% do capital, e de David Neeleman, o dono da Azul, que ficará com 44%.

Lusa