Seguro automóvel. Aprenda a poupar mais

Seguro automóvel. Aprenda a poupar mais


Escolher o seguro certo para o seu carro e pagar apenas as coberturas de que precisa pode fazer toda a diferença.


Quer poupar no seguro automóvel? Não há soluções milagrosas, mas há sempre pequenos truques que pode seguir de forma a economizar no momento de pagar este produto. 

A verdade é que escolher um seguro automóvel nem sempre é uma tarefa fácil, tendo em conta o número de seguradoras que actuam no mercado nacional. A oferta é alargada e o desafio é saber escolher o produto que mais se adequa às suas necessidades e à sua carteira. Mas antes de começar a analisar os produtos, terá de definir primeiro a modalidade que prefere – seguro obrigatório ou de danos próprios – e ter em consideração alguns critérios que condicionam o preço: além do modelo, do ano e da cilindrada do carro, há também a idade do condutor, os anos de carta e a localidade onde vive. Se vive na cidade, então prepare-se para pagar mais, já que a seguradora entende que o nível de risco é mais elevado (ver coluna ao lado). 

Mas há mais cálculos que deve fazer na hora de “desenhar” a apólice certa para o seu veículo. “Para quem vive ou viaja regularmente para locais sujeitos a inundações, por exemplo, é recomendável ponderar a contratação da cobertura de fenómenos naturais. Esta inclui não só os danos provocados por cheias, mas também os eventuais efeitos de tornados ou outras intempéries reconhecidas pelas entidades meteorológicas oficiais”, alerta a DECO. Os cuidados não devem ficar por aqui. Pode ainda proteger o veículo em caso de quebra isolada de vidros, que garante a substituição de vidros danificados em situações que não resultem de acidente (uma pedra que salta, por exemplo). Há ainda outras coberturas que pode subscrever, consoante as suas necessidades particulares: vandalismo, veículo de substituição, perda total (para grandes sinistros) são apenas alguns exemplos. “Certifique-se de que só inclui na apólice coberturas de que efectivamente possa vir a precisar, para que não pesem demasiado no seu orçamento”, diz ainda a associação. 

No entanto, se não quiser ou não puder suportar uma protecção completa para o veículo, pode optar exclusivamente pela subscrição do seguro obrigatório. Este cobre apenas a responsabilidade civil perante terceiros em acidentes de que venha a ser considerado culpado, além de incluir assistência em viagem e protecção jurídica. “Aqui estão cobertos prejuízos que possa vir a provocar a outros até 1 milhão de euros para danos materiais e 5 milhões de euros para lesões corporais”, adianta a DECO, referindo ainda que, se não quiser correr riscos e puder pagar um pouco mais todos os anos, é possível subir os limites da cobertura até 50 milhões de euros. “Desta forma, fica descansado em relação a prejuízos que possa vir a suportar se for considerado culpado de um acidente. O seguro obrigatório tem uma apólice uniforme, definida por lei, sendo comercializado por todas as companhias em condições idênticas. Neste caso, e na hora de escolher uma apólice sem coberturas adicionais, é tudo uma questão de preço”, acrescenta.

Controlo de despesas Como não pode mudar o valor comercial do veículo que conduz e nem todos os portugueses podem morar no interior do país – onde o risco de sinistralidade é mais baixo –, o ideal é controlar outros factores que também influenciam o preço do seguro. É o caso da franquia, contratada no momento da subscrição, que corresponde a um valor absoluto ou a uma percentagem do capital seguro que ficará a cargo do cliente em caso de acidente.
A responsabilidade civil não tem franquias, mas a maioria das coberturas de danos próprios impõe uma franquia mínima de 2% do capital seguro. Isto significa que para um veículo de 20 mil euros, por exemplo, a seguradora não assume prejuízos até 400 euros. Ou seja, se a reparação for superior a esse montante, pagará o remanescente acima dos 400 euros. 

No entanto, há seguradoras que definem valores mínimos para as franquias, impondo, por exemplo, uma franquia obrigatória de 2% do capital seguro, com um mínimo de 250 euros. “Mesmo que a percentagem da franquia corresponda a um valor mais baixo, a seguradora não pagará prejuízos inferiores a 250 euros”, alerta a associação.

Pode também optar por franquias superiores como contrapartida para uma redução do prémio do seguro, mas tendo sempre em conta que terá de assumir um parte superior dos prejuízos em caso de acidente. Em algumas seguradoras pode ainda optar pela situação inversa, contratando uma apólice sem franquias, mediante o pagamento de um prémio mais caro. “É certo que desembolsa mais alguns euros anualmente, mas tem a garantia de que a companhia de seguros suporta todos os prejuízos de um eventual sinistro.”

Já em termos de assistência em viagem pode, em muitas companhias, optar por diferentes modalidades de coberturas e de limites de capital que terão consequências no preço a pagar. Não se esqueça que, se quiser ampliar o nível de assistência, terá de pagar mais. 

Por outro lado, equipar o carro com um sistema de alarme ou garantir que ele pernoita regularmente em garagem são medidas adicionais de segurança valorizadas pela seguradora. “Permitem baixar o preço do seguro, já que reduzem a exposição do veículo a alguns riscos.”.

Mas os truques para baixar o preço não ficam por aqui. Se optar, por exemplo, pelo pagamento do prémio anual, fraccionado ou não, por débito bancário, beneficia ainda de um desconto adicional em grande parte das companhias de seguros.