Be Bel. Na cantina dos deputados fala-se italiano


Se o seu italiano está enferrujado – ou nunca existiu -, um jantar no Be Bel pode ser melhor que um curso de línguas. Ou, pelo contrário, se o seu italiano é tão bom que está ansioso por exibir frases como \”scaloppa al limone con patate al forno\” ou \”mezze maniche alla puttanesca\”, sente-se numa…


Se o seu italiano está enferrujado – ou nunca existiu -, um jantar no Be Bel pode ser melhor que um curso de línguas. Ou, pelo contrário, se o seu italiano é tão bom que está ansioso por exibir frases como \”scaloppa al limone con patate al forno\” ou \”mezze maniche alla puttanesca\”, sente-se numa das mesas do Be Bel.

À hora de almoço, o restaurante mesmo em frente à Assembleia da República transforma-se numa espécie de cantina dos deputados. E é nessa altura que se transforma também no sítio ideal para quem gosta de ouvir as conversas alheias como se estivesse a assistir ao Canal Parlamento.

Tudo aqui é italiano, avisa-nos o dono, Alexssandro Lagana. Há 4 meses, Alexssandro, natural de Roma, assumiu a gerência do restaurante onde antigamente funcionava o belga Bebel Bistrô, mais conhecido pelos brunches ao sábado.

Separou-se o nome, o bistrô caiu e nasceu o Be Bel italiano, embora a decoração do espaço se tenha mantido praticamente igual – com a mesma simpática esplanada lá fora, com mesas de ferro.

\”Aqui, todos os produtos são italianos\”, reforça Alexssandro, que gere o restaurante com a mulher, Carpoca Stefania, oriunda de Téramo. \”Os produtos são todos genuínos e frescos, até porque vou a Itália todas as semanas e alguns dos produtos trago eu próprio nas malas.\”

Em Itália têm \”mais dois restaurantes e um hotel de quatro estrelas\”. Em Lisboa, ainda não estão há tempo suficiente para falar português mas, com o tempo, talvez aprendam.

Ou não. Até porque, aqui, os pratos também se pedem em italiano e não há grande margem para portuguesices (à excepção dos vinhos, embora se destaquem os italianos).

Para começar, uma burrata con barchetta di pane fatto in casa, pomodoro datterini e acciughe in olio d”oliva (qualquer coisa como uma burrata com pão caseiro, tomate-cereja e anchovas em azeite) por 12 euros. Continuamos com uma pasta fresca al tartufo (massa fresca com trufas), por 10 euros. E, se ainda houver espaço no estômago, uma panna cotta, a 4 euros (esta não precisa de tradução), ou um bicchierino di sfoglia con crema pasticcera e frutti di bosco (massa folhada com creme de ovos e frutos vermelhos), a 5 euros.

O menu está escrito no individual à sua frente – vai mudando de pratos de vez em quando – e isso pode servir-lhe de cábula para treinar o idioma e fazer o pedido ao empregado de mesa (também italiano, claro).

O chefe é Maurizio Traina, de Bérgamo, que antes do Be Bel trabalhou em vários restaurantes italianos na Baía, Brasil.

Rua de São Bento, 107, Lisboa. 21 395 26 39